Realizaram-se
recentemente nas águas do estreito de Sunda duas cerimónias de homenagem aos marinheiros
- 353 australianos e 693 americanos - que pereceram no afundamento dos
cruzadores HMAS Perth e USS Houston, que foram atacados por torpedos
japoneses no dia 1 de Março de 1942.
Nessa cerimónia
relatada pelo jornal The Jakarta Post, participaram as
Marinhas americana, australiana e indónésia para evocar as vítimas desses
afundamentos, mas a cerimónia também deu lugar a importantes declarações e
compromissos no sentido de serem preservados todos os destroços de navios
naufragados que estão assinalados nos mares indonésios. No caso do Perth e do Houston, tem havido incursões não autorizadas de mergulhadores que
se têm dedicado ao furto de cobre, de equipamentos e de outros achados de valor
histórico e arqueológico. Embora a lei indonésia estabeleça que os objectos, em
terra ou no mar, com mais de cinquenta anos e com significado histórico, devam
ser classificados de interesse cultural e devam ser protegidos do roubo, não
tem havido a necessária acção das autoridades, não só na Indonésia, mas também
um pouco por todo o mundo.
O estreito de
Sunda separa as ilhas indonésias de Samatra e Java e liga o mar de Java ao
oceano Índico, sendo reconhecido como um importante cemitério de navios, não só
da 2ª Guerra Mundial mas também, provavelmente, do tempo em que os portugueses
navegavam naqueles mares, sobretudo no século XVI, antes de serem
afastados pelos holandeses da VOC. A preservação desses locais marinhos e a conservação dos
destroços dos navios naufragados, não é apenas uma memória histórica e um património de interesse cultural, mas é
também uma fonte essencial para os estudos de arqueologia naval.