No passado mês de Abril o
Correio da Manhã revelou que J. J. Gonçalves, o antigo presidente do BCP, tem desde finais de 2007 uma reforma mensal superior a 167 mil euros, além de outras regalias adicionais de que se destacam a possibilidade de viajar em aviões alugados, utilizar automóveis com motorista e de contar com cerca de 40 seguranças privados, tudo suportado pelo banco, em nome do seu “direito à segurança e à protecção na saúde”. É uma imoralidade e um verdadeiro escândalo, quando os portugueses passam por enormes dificuldades e quando os direitos adquiridos pelos trabalhadores e pelos pensionistas estão a ser diariamente violados. Mais uma vez, o pequeno contabilista Gaspar se mostra duro para com os fracos e se cala em relação aos abusos e aos escândalos que por aí campeiam, como sucede com a reforma e as mordomias deste Gonçalves que, talvez, merecesse uma auditoria à sua gestão no banco, como de resto exigiu o accionista Berardo. O BCP tem procurado corrigir esta imoralidade, mas o Tribunal de Sintra acaba de se considerar incompetente para julgar a pretensão do BCP. É realmente inacreditável a protecção de que esta gente goza até na Justiça e é uma vergonha para a nossa sociedade. Embora noutra escala, também é igualmente imoral e escandaloso o que se passa com o ex-presidente Paulo Teixeira Pinto que, aos 46 anos de idade e depois de ano e meio no cargo de presidente do BCP, recebeu uma indemnização de dez milhões de euros e uma reforma vitalícia de 500 mil euros anuais. Hoje, ao saber destas coisas, o arcebispo de Braga confessou que quase se engasgou quando esta manhã tomava o pequeno-almoço e leu que o antigo presidente do BCP, recebe uma reforma de cerca de 175 mil euros. Porém, eu ando engasgado há muitos meses e não percebo porque razão o Estado não actua. Em tempos, o Gonçalves disse que esta reforma não custava "um cêntimo ao banco". Então não há dúvidas: ele está a encher os bolsos à custa dos contribuintes. Pouca vergonha!