quarta-feira, 26 de março de 2025

Um cessar-fogo que é um sinal animador

As conversações que têm sido realizadas em Riad entre russos e ucranianos com a mediação dos Estados Unidos, conduziram a um acordo de cessar-fogo parcial e à aceitação de uma trégua relativamente aos ataques às redes energéticas dos dois países e à navegação no mar Negro, embora os russos condicionem essa aceitação ao levantamento das sanções ocidentais impostas ao sector agrícola russo. Os Estados Unidos comprometeram-se a assegurar o cumprimento destes acordos e a ajudar a restabelecer as exportações russas de produtos agrícolas e fertilizantes.
Porém, um dos aspectos mais significativo deste acordo é que não é indicado que o cessar-fogo seja por 30 dias, como estava planeado inicialmente, o que pode indiciar que as partes podem ir mais longe nas suas negociações e que Putin e Zelensky já terão compreendido que ambos terão que fazer cedências, sem as quais não se resolve o complexo imbróglio ucraniano. Há que ter esperança que as negociações avancem.
Como hoje escrevia o El Pais, este cessar-fogo é “la primera señal que apunta a una salida negociada en tres años de guerra” e é mais um pequeno passo a caminho da paz. Esse mérito é dos americanos, sendo mais uma “bofetada de luva branca” nos líderes europeus, que nada fizeram pelo fim da guerra e que continuam a pavonear-se em sucessivas cimeiras, antes para ganhar a guerra e, agora, para ajudar Zelensky e o seu regime. Quase todos adoptaram a narrativa que tem sido propagandeada, que exige o rearmamento da Europa para fazer face à ameaça russa, embora ela pareça preocupar muito pouco os povos da Europa como vem mostrando o Eurostat.

A eficiência na captura de um submarino

A notícia foi divulgada pela Polícia Judiciária e informava que um submarino vindo da América do Sul, que transportava cerca de sete toneladas de cocaína, tinha sido interceptado e capturado a sul do arquipélago dos Açores. Nunca tal tinha acontecido na Zona Económica Exclusiva portuguesa e, por isso e pela importante captura efectuada, esta acção vai ficar como um exemplo da eficiência portuguesa no combate ao tráfico de droga.
A acção que recebeu o nome de Operação Nautilus desenvolveu-se durante alguns dias com a cooperação da Marinha e da Força Aérea portuguesas, tendo sido o resultado de uma investigação em que cooperaram várias entidades ou agências portuguesas, espanholas, americanas e britânicas.
A Polícia Judiciária também informou que o submarino interceptado pertencia a uma organização criminosa e que havia cinco tripulantes a bordo, sendo três de nacionalidade brasileira, um espanhol e um colombiano, que foram detidos e transportados para Ponta Delgada a bordo de um navio da Marinha Portuguesa. O submarino foi rebocado e também já se encontra no porto de Ponta Delgada.
A imprensa portuguesa, tanto continental como açoriana, destacaram esta notícia, mas foi o jornal galego Diario de Pontevedra que publicou a mais esclarecedora fotografia deste submarino que, embora utilizado em acções criminosas, não deixa de admirar aqueles que andam, ou andaram no mar, pela ousadia de atravessar o Atlântico em tão precárias condições.
Naturalmente, também aqui se saúda a eficiência da Polícia Judiciária e a boa cooperação que lhe foi prestada nesta importante operação.