As conversações
que têm sido realizadas em Riad entre russos e ucranianos com a mediação dos
Estados Unidos, conduziram a um acordo de cessar-fogo parcial e à aceitação de
uma trégua relativamente aos ataques às redes energéticas dos dois países e à
navegação no mar Negro, embora os russos condicionem essa aceitação ao
levantamento das sanções ocidentais impostas ao sector agrícola russo. Os
Estados Unidos comprometeram-se a assegurar o cumprimento destes acordos e a
ajudar a restabelecer as exportações russas de produtos agrícolas e
fertilizantes.
Porém, um dos aspectos mais significativo deste acordo é que não
é indicado que o cessar-fogo seja por 30 dias, como estava planeado
inicialmente, o que pode indiciar que as partes podem ir mais longe nas suas negociações
e que Putin e Zelensky já terão compreendido que ambos terão que fazer
cedências, sem as quais não se resolve o complexo imbróglio ucraniano. Há que ter esperança que as negociações avancem.
Como hoje
escrevia o El Pais, este cessar-fogo é “la primera señal que apunta a una
salida negociada en tres años de guerra” e é mais um pequeno passo a caminho da
paz. Esse mérito é dos americanos, sendo mais uma “bofetada de luva branca” nos
líderes europeus, que nada fizeram pelo fim da guerra e que continuam a
pavonear-se em sucessivas cimeiras, antes para ganhar a guerra e, agora, para
ajudar Zelensky e o seu regime. Quase todos adoptaram a narrativa que tem sido
propagandeada, que exige o rearmamento da Europa para fazer face à ameaça
russa, embora ela pareça preocupar muito pouco os povos da Europa como vem
mostrando o Eurostat.