Raul Brandão nasceu em 1867 na Foz do Douro e seguiu uma carreira militar da qual se retirou em 1912, passando a dedicar-se à escrita.
Nessa sua nova actividade, entre Junho e Agosto de 1924, Raul Brandão viajou pelos Açores e pela Madeira, tendo recolhido notas e impressões de viagem que publicou em 1926, num livro que é considerado, frequentemente, como o melhor livro sobre os Açores:
As Ilhas Desconhecidas.
As descrições de Raul Brandão são muito pormenorizadas, sendo particularmente interessantes em termos paisagísticos, económicos, etnográficos e antropológicos, sobretudo as suas impressões sobre o Corvo, as Flores, o Faial e o Pico. Quase um século depois, o progresso alterou a vida das ilhas açorianas e o seu retrato é hoje bem diferente, embora se conservem os traços paisagísticos, tal como o verde e o azul, que tanto impressionaram Raul Brandão.
“Já percebi que o que as ilhas têm de mais belo e as completa é a ilha que está em frente – o Corvo, as Flores, Faial, o Pico, o Pico, S. Jorge, S. Jorge, a Terceira e a Graciosa…”.
A crítica sempre considerou As Ilhas Desconhecidas como um dos mais belos livros de viagem da literatura portuguesa e a mais completa homenagem aos arquipélagos atlânticos. Eu li e reli o livro algumas vezes.
Numa época em que o turismo pode alavancar a economia portuguesa, uma visita às ilhas atlânticas é também uma boa opção viagem, mas nesse caso o livro de Raul Brandão também é uma excelente opção de leitura.