Na sua curta
carreira política a presidente do CDS tem procurado ganhar a notoriedade de que
precisa para ter votos, porque sem eles nunca mais chegará ao poder, nem terá o apoio dos
seus colegas de partido. Por isso tem tido uma vida difícil, até porque a vida
político-partidária é muito dura e é sempre cruel para quem não vence. E ela não
está a vencer, como as sondagens vão indicando.
Habituados a ter
lugares (e tachos) no aparelho do Estado por fazerem parte daquela solução a
que chamaram arco da governação, os militantes do CDS desesperaram com a solução
governativa de António Costa, porque os surpreendeu e cada dia os afasta mais
da esfera governativa e das benesses a que estavam habituados.
O CDS ficou
prisioneiro da sua pequenez e da falta de notoriedade e de currículo da sua líder.
Então, a jovem e muito ambiciosa Cristas decidiu espalhar cartazes pela cidade
de Lisboa com a sua fotografia associada ao slogan Política Positiva. Esperavam-se ideias e propostas, bem diferentes
do demagógico anúncio da criação de mais vintes estações do Metropolitano. Depois,
teve a ligeireza de avançar para a presidência da Câmara Municipal de Lisboa, convencida
que os seus antigos colegas do PSD a apoiariam, mas essa jogada falhou e, ela
que nasceu em Angola, está sozinha e não convence ninguém com aquele slogan
mentiroso d’A nossa Lisboa, porque
ela não é lisboeta.
Até que aconteceu
a tragédia de Pedrógão, o roubo de Tancos e muitos outros incêndios. Cristas não
perdeu a oportunidade e esqueceu a Política
Positiva, substituindo-a pela Política
Negativa ou do bota abaixo, que tem tido larga difusão nas televisões, onde
aparece todos os dias, quase sempre a dizer disparates, a insultar António
Costa e a dizer mal de todos e de tudo, o que mostra a sua ignorância
relativamente ao nosso país. De facto, há muitos problemas estruturais no nosso
país, cuja resolução foi adiada durante muitos anos, incluindo os quatro anos
em que Cristas tutelou a floresta portuguesa e onde não deixou de colocar os
seus correlegionários, que ainda lá estão. Era melhor que tivesse mais bom
senso, que se lembrasse do que fez ou não fez quando governou e que se deixasse da gritaria que
nada resolve. Já ninguém tem paciência para a ouvir. É lamentável a forma como se aproveita desta tragédia para fazer política.