A notícia da
ruptura da barragem do Brumadinho, situada a cerca de 50 quilómetros da
cidade de Belo Horizonte, que aconteceu na manhã do dia 25 de Janeiro, não
causou inicialmente grande impacto no exterior, até porque essas coisas acontecem
de vez em quando, inclusive no Brasil onde há três anos ocorreu um caso
semelhante em Mariana, também no Estado de Minas Gerais.
Porém, quando as imagens e os números de mortos e desaparecidos em consequência daquele desastre começaram a ser divulgados, todos ficamos elucidados quanto à enorme dimensão da tragédia.
Porém, quando as imagens e os números de mortos e desaparecidos em consequência daquele desastre começaram a ser divulgados, todos ficamos elucidados quanto à enorme dimensão da tragédia.
A barragem Mina do Feijão, em
Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, acumulava as
lamas tóxicas resultantes da limpeza do minério de ferro e a sua ruptura não só
provocou mais um desastre ambiental como, sobretudo, originou uma catástrofe
humana que ainda não foi possível quantificar. Estão já confirmados 65 mortos,
mas há ainda 279 pessoas desaparecidas, provavelmente soterrados afundados pelas lamas, por
onde os bombeiros e os voluntários procuram agora encontrar os desaparecidos. A
imprensa brasileira tem dado grande destaque a esta tragédia e o jornal Estado
de Minas, que se publica em Belo Horizonte, elogia o trabalho dos
bombeiros e dos voluntários, a quem classifica de heróis.
Entretanto, cinco
pessoas foram detidas por suspeitas de responsabilidade pelo que aconteceu,
incluindo três engenheiros da empresa responsável pela construção e segurança
da barragem que é a Vale, S.A., uma multinacional brasileira que é uma das maiores
empresas mineiras do mundo e que é a maior produtora mundial de minério de ferro. A lógica da maximização do lucro e a negligência das autoridades é que dão origem a estas catástrofes em Mariana, em Brumadinho ou em Borba.