domingo, 1 de julho de 2018

Portugal nos XVIII Jogos do Mediterrâneo

Os Jogos do Mediterrâneo que, de quatro em quatro anos, se realizam desde 1951 e nos quais participam, através dos respectivos comités olímpicos, os países da orla do Mediterrâneo, terminam hoje em Tarragona. Era previsto que esta 18ª edição se realizasse em 2017, mas devido à instabilidade política e social que afectou a Catalunha no ano passado, os XVIII Jogos do Medioterrâneo foram adiados para o ano de 2018.
Participaram cerca de 4 mil atletas de 26 países mediterrânicos e, pela primeira vez, Portugal foi convidado para participar, tendo-se apresentado na cidade catalã com uma comitiva de 232 atletas para competir em 29 modalidades. Neste ano de estreia, a delegação portuguesa conquistou 24 medalhas, sendo três de ouro, oito de prata e treze de bronze, tendo as medalhas de ouro sido conquistadas no triatlo masculino e feminino e na hipismo por equipas.  As restantes medalhas de prata e de bronze foram conquistadas nas modalidades de tiro, natação, canoagem, ciclismo, atletismo, judo, taekwondo, ténis de mesa e basquetebol feminino. O número de medalhas conquistadas colocou Portugal no 13º lugar no ranking do medalheiro onde se encontram a Itália (155), a Espanha (120), a França (99),  a Turquia (95), o Egipto e a Grécia (45), a Eslovénia (36) e a Sérvia (31). Porém, ser o 13º numa lista de 26 países não é mau nem bom, antes pelo contrário...
Os meios de comunicação portugueses quase ignoraram este acontecimento desportivo, limitando-se a uns brevíssimos apontamentos com classificações, pois andavam demasiado ocupados com o futebol. Alguns atletas portugueses que competiram em Tarragona fizeram oportunas declarações a lamentar o desinteresse da comunicação social portuguesa por estes Jogos e pelas chamadas modalidades amadoras, mas também pelo seu enfeudamento à indústria do futebol. E têm toda a razão!
Os XIX Jogos do Mediterrâneo disputam-se em 2021 na cidade argelina de Oran e só há que esperar que os resultados possam ser ainda melhores do que aqueles que se verificaram em Tarragona.

Sim. Portugal perdeu mas a vida continua

A selecção nacional de futebol jogou ontem os oitavos de final do Campeonato do Mundo e perdeu por 2-1 com a equipa do Uruguai. Os jogadores bateram-se bem, mas o adversário meteu mais golos e ganhou. A imprensa portuguesa destaca hoje “o sonho desfeito”, enquanto as televisões que tanto contribuiram para um histerismo indescritível em torno da participação portuguesa, terão agora que arranjar outros temas para ocupar os seus tempos. Os incontáveis jornalistas e comentadores televisivos que tanto nos massacraram já poderão regressar destas férias na Rússia e descansar depois destas longas jornadas em que se repetiram muitas mil vezes e em que me cansaram.
Sobre a participação portuguesa, que em maior ou menor grau entusiasmou os portugueses, há que afirmar que foi digna e que só não foi mais além porque os adversários também sabem jogar futebol e terão pensado melhor na maneira de abordar o jogo. Ficamos pelos oitavos de final, mas a Holanda e a Itália nem sequer lá estiveram, enquanto a Alemanha nem aos oitavos de final chegou e a Argentina também abandonou ontem a competição depois de ter sido derrotada pela França. Portanto, não há motivos para desconsolos nem frustrações. Nem todos podem ganhar, nem sempre podem ganhar. Perdemos, mas a vida continua. Havemos de ganhar numa próxima vez. Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera!
Muitos jornais internacionais parece que combinaram e destacam nas suas primeiras páginas as fotografias de Ronaldo e Messi, cujas equipas foram ontem eliminadas. Um desses jornais é o El País, mas as fotografias daqueles ídolos aparecem em muitos outros jornais: é o adiós a las estrellas ou a saída de cena dos melhores do mundo.