Após cinco dias de
julgamento e de apresentação de provas condenatórias em Washington, que pudemos acompanhar via CNN, a votação
final do Senado dos Estados Unidos absolveu o ex-presidente Donald Trump da
acusação de “incitamento à insurreição”. Não houve surpresas, apesar de sete senadores
republicanos se terem juntado aos cinquenta senadores democratas e terem votado a favor do impeachment, mas os 57 votos a favor foram
insuficientes para condenar o Donald que ainda conseguiu ter 43 votos em sua
defesa. A notícia do The Washington Post é arrasante: o
Senado absolveu Trump outra vez.
Este resultado é
um paradoxo e uma vergonha para a democracia americana, pois mostra como muitos
políticos se afastam dos princípios pelos quais foram eleitos. O líder
republicano Mitch McConnell é um bom, mas infeliz exemplo dessa situação.
McConnell votou pela absolvição de Trump, mas disse que ele foi “prática e
moralmente responsável” pelos acontecimentos do dia 6 de Janeiro, acusando-o de
ter inequivocamente provocado o motim e a invasão do Capitólio. Então o homem
diz isto e depois vota em sentido contrário a estas afirmações? Faltou-lhe
coragem e acabou a defender que o Senado não era o local adequado para tratar daquele
assunto, mas que Donald Trump deveria ser presente a um Tribunal. Para os
Democratas e em especial para Nancy Pelosi, a líder da Câmara dos
Representantes, o comportamento dos Republicanos foi cobarde e mostrou falta
de coragem e de moralidade.
Donald Trump foi alvo de dois processos de
destituição, um caso único na história dos Estados Unidos, mas com esta infeliz
decisão do Senado ele poderá recandidatar-se à presidência em 2024 e, por isso,
já anunciou que o seu movimento político vai agora começar. Muitos americanos, e não só americanos, dirão “que
mais nos irá acontecer”.