domingo, 14 de fevereiro de 2021

Donald resistiu ao segundo impeachment

Após cinco dias de julgamento e de apresentação de provas condenatórias em Washington, que pudemos acompanhar via CNN, a votação final do Senado dos Estados Unidos absolveu o ex-presidente Donald Trump da acusação de “incitamento à insurreição”. Não houve surpresas, apesar de sete senadores republicanos se terem juntado aos cinquenta senadores democratas e terem votado a favor do impeachment, mas os 57 votos a favor foram insuficientes para condenar o Donald que ainda conseguiu ter 43 votos em sua defesa. A notícia do The Washington Post é arrasante: o Senado absolveu Trump outra vez.
Este resultado é um paradoxo e uma vergonha para a democracia americana, pois mostra como muitos políticos se afastam dos princípios pelos quais foram eleitos. O líder republicano Mitch McConnell é um bom, mas infeliz exemplo dessa situação. McConnell votou pela absolvição de Trump, mas disse que ele foi “prática e moralmente responsável” pelos acontecimentos do dia 6 de Janeiro, acusando-o de ter inequivocamente provocado o motim e a invasão do Capitólio. Então o homem diz isto e depois vota em sentido contrário a estas afirmações? Faltou-lhe coragem e acabou a defender que o Senado não era o local adequado para tratar daquele assunto, mas que Donald Trump deveria ser presente a um Tribunal. Para os Democratas e em especial para Nancy Pelosi, a líder da Câmara dos Representantes, o comportamento dos Republicanos foi cobarde e mostrou falta de coragem e de moralidade.
Donald Trump foi alvo de dois processos de destituição, um caso único na história dos Estados Unidos, mas com esta infeliz decisão do Senado ele poderá recandidatar-se à presidência em 2024 e, por isso, já anunciou que o seu movimento político vai agora começar. Muitos americanos, e não só americanos, dirão “que mais nos irá acontecer”.

1 comentário:

  1. A atitude de McConnell é, de facto, difícil de compreender. A sua intervenção após votação do Senado foi arrasadora para DT, talvez mais demolidora do que a do líder da maioria democrática ... depois votou NÃO CULPADO refugiando-se numa desculpa técnica sem fundamento. O pior da politiquice ficou aqui bem demonstrada.

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