segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Évora: imaginação e arte contemporânea

O diário espanhol El Pais destaca hoje na sua primeira página uma pequena notícia com o título: Portugal combate la crisis com cultura - un palacio de Évora renace como asombroso museo. O desenvolvimento da notícia esclarece que o velho palácio da Inquisição de Évora que é propriedade da Fundação Eugénio de Almeida, foi transformado num “impressionante centro cultural” destinado a exposições, concertos e ciclos de conferências e num importante museu que reúne a valiosa colecção de arte daquele coleccionador.
Nos tempos actuais em que a crise económica e social continuamente nos ameaçam, esta iniciativa daquela Fundação é muito elogiada pelo El Pais, que recorda que a cidade de Évora foi declarada Património da Humanidade em 1986 e está apenas a 100 Km de Badajoz e a 150 Km de Lisboa, parecendo sugerir aos seus leitores uma visita.
Para arrancar com o Fórum Fundação Eugénio de Almeida que foi inaugurado no dia 11 de Julho, funcionou a imaginação: foi enviado um convite a centenas de artistas de todo o mundo, famosos e menos famosos, para que apresentassem propostas de trabalhos destinados a integrar uma grande exposição mundial. As propostas chegaram de todas as partes do mundo por via digital. Chegaram 700 e foram escolhidas 450 obras oriundas de mais de cinco dezenas de países, que foram reproduzidas em tamanho idêntico e agrupadas por temas. O projecto chama-se Portas Abertas e estará patente até ao dia 9 de Outubro. É um grande projecto artístico internacional que apresenta obras de grande diversidade de conteúdos, linguagens e estéticas da arte contemporânea global, ficando provado que na cultura mundial já não existe um centro e uma periferia. O que é interessante é que foi um jornal espanhol a elogiar esta iniciativa, certamente porque os jornalistas portugueses não têm tempo para essas coisas.
 

Ronaldo é o ciclone deste Verão

Aproxima-se o início dos campeonatos de futebol nos diversos países europeus e cada equipa, sobretudo as mais ricas ou com maior capacidade de endividamento, contrataram os melhores actores – treinadores e jogadores.
Apesar das suas dificuldades económicas e sociais, a Espanha está na primeira linha dessas contratações futebolísticas com que gasta muitos milhões, mas também do entusiasmo futebolístico que alimenta a rivalidade entre os castelhanos e os catalães, ou entre o Real Madrid e o Barcelona, ou entre Ronaldo e Messi-Neymar. As equipas preparam-se para a grande corrida que durará alguns meses e, para isso, fazem as chamadas pré-temporadas para recuperar os seus atletas e para afinar as suas tácticas, enquanto os jornais se encarregam de promover tudo isto e alimentar as expectativas. É assim por toda a Europa, mas em especial na Europa do Sul, onde a imprensa desportiva é mais lida do que a imprensa de informação geral.
Porém, o que nos surpreende é o que se passa com Cristiano Ronaldo. A imprensa espanhola chama-o frequentemente às suas primeiras páginas, não só porque reconhece o seu valor futebolístico, mas também como um caso de grande popularidade. A edição de hoje do jornal desportivo as destaca-o mais uma vez e chama-lhe o ciclone de Verão. Ele é realmente um ídolo e o mais famoso português da actualidade.