O cargueiro
americano El Faro de 224 metros de
comprimento, navegava de Jacksonville na Florida para San Juan de Porto Rico
com 33 tripulantes a bordo, tendo desaparecido no mar das Bahamas durante a
passagem do furacão Joaquin. Esta dramática ocorrência aconteceu há dez dias e,
apesar das intensas buscas que têm sido efectuadas, apenas foram recuperados um
bote salva-vidas sem ninguém a bordo e outros destroços menores. Embora ainda
não se saiba exactamente o que se passou, terá havido 28 americanos e cinco
polacos que perderam a vida, quando o navio desapareceu no meio de uma violenta
tempestade, com ondulação muito forte, mar agitado e ventos estimados da ordem
dos 215 quilómetros por hora. O navio era
do tipo Ro/Ro, especialmente destinado ao transporte de veículos, estando ao
serviço desde 1975. Era, portanto, um navio velho que nesta viagem transportava
centenas de contentores e veículos automóveis, mas terá sofrido avarias devido
ao mau tempo e perdido capacidade de propulsão, acabando por ser “engolido” pelo
mar. A edição de hoje do Miami Herald evoca a última viagem
do El Faro com uma ilustração na sua primeira
página que reconstitui, ou pelo menos ajuda a compreender, o que se terá
passado com o navio.
A National
Transportation Safety Board (NTSB) em cooperação com a Tote Maritime, a empresa
proprietária do navio, estão a investigar as razões porque o navio deixou
Jacksonville e, aparentemente, se dirigiu directamente para o olho do furacão Joaquin, apesar
de dispor de todas as informações meteorológicas necessárias e de se tratar de
uma situação bem conhecida das gentes do mar e sem qualquer imprevisibilidade. Em
tempos de tanta tecnologia, como é possível que aconteçam estes casos de desafios ao mar cruel, em que se
perdem tantas vidas?