A brutal agressão
das forças israelitas que está em curso em Gaza e em menor grau na Cisjordânia,
tem gerado acusações de genocídio, porquanto já causou a morte de milhares de
palestinianos inocentes e a destruição material do património construído na
Faixa de Gaza, além de propagar a fome, a doença e a miséria, ao gerar uma
multidão de refugiados. Esta grave situação de violência afecta todo o Médio
Oriente, mas também tem efeitos fora da região, como hoje revela o jornal Le
Parisien que divulga um relatório do Conseil
Représentatif des Institutions juives de France (Crif).
Segundo
este relatório, verifica-se uma “explosão” de actos antisemitas em França, que
aumentaram de 436 em 2022 para 1.676 em 2023, isto é, num ano foram multiplicados
por quatro. Porém, o mesmo relatório do Crif informa que aqueles actos
aumentaram de maneira exponencial desde o passado dia 7 de Outubro, porque entre
Outubro e Dezembro foram registados 1.242 actos antisemitas em França, tantos
como nos três anos precedentes acumulados, isto é, desde o dia 7 de Outubro a referida
“explosão” traduziu-se num aumento de 1.000%.
A
apatia, a indiferença e a insensibilidade europeias sobre o que se está a
passar no Médio Oriente são graves. A Europa começou por apoiar o “direito de
Israel se defender”, depois mostrou muita cumplicidade com a vingança israelita
contra o Hamas e só agora começa a perceber as intransigentes intenções
israelitas, talvez porque também só agora começa a ver que a crise palestiniana pode
chegar às cidades europeias e afectar o modo de vida dos europeus. Provavelmente, os dirigentes europeus não sabem que nas cidades europeias vivem muitos judeus e muitos palestinianos...