quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

A crise de Gaza e o modo de vida europeu

A brutal agressão das forças israelitas que está em curso em Gaza e em menor grau na Cisjordânia, tem gerado acusações de genocídio, porquanto já causou a morte de milhares de palestinianos inocentes e a destruição material do património construído na Faixa de Gaza, além de propagar a fome, a doença e a miséria, ao gerar uma multidão de refugiados. Esta grave situação de violência afecta todo o Médio Oriente, mas também tem efeitos fora da região, como hoje revela o jornal Le Parisien que divulga um relatório do Conseil Représentatif des Institutions juives de France (Crif).
Segundo este relatório, verifica-se uma “explosão” de actos antisemitas em França, que aumentaram de 436 em 2022 para 1.676 em 2023, isto é, num ano foram multiplicados por quatro. Porém, o mesmo relatório do Crif informa que aqueles actos aumentaram de maneira exponencial desde o passado dia 7 de Outubro, porque entre Outubro e Dezembro foram registados 1.242 actos antisemitas em França, tantos como nos três anos precedentes acumulados, isto é, desde o dia 7 de Outubro a referida “explosão” traduziu-se num aumento de 1.000%.
A apatia, a indiferença e a insensibilidade europeias sobre o que se está a passar no Médio Oriente são graves. A Europa começou por apoiar o “direito de Israel se defender”, depois mostrou muita cumplicidade com a vingança israelita contra o Hamas e só agora começa a perceber as intransigentes intenções israelitas, talvez porque também só agora começa a ver que a crise palestiniana pode chegar às cidades europeias e afectar o modo de vida dos europeus. Provavelmente, os dirigentes europeus não sabem que nas cidades europeias vivem muitos judeus e muitos palestinianos...