Durante a 2ª Guerra Mundial, muitos países europeus fizeram declarações de neutralidade mas porque vieram a ser ocupados militarmente, acabaram por se envolver directa ou indirectamente no conflito. Por isso, apenas Portugal, Espanha, Irlanda, Suiça e Suécia permaneceram efectivamente neutrais, embora sejam conhecidas muitas actividades de apoio aos beligerantes, desenvolvidas nesses países à margem do estatuto de neutralidade.
Em Portugal essas actividades ainda não são muito conhecidas e, por vezes, aparecem relatadas em reportagens ou artigos de imprensa dispersos, que referem o apoio ou o internamento de pilotos abatidos ou de náufragos recolhidos, o abastecimento clandestino de submarinos e, agora, através da revista Visão, a participação de centena e meia de portugueses nas tropas alemãs que invadiram a Rússia e que integraram a Divisão Azul, que tomou parte no cerco de Leninegrado.
A Divisão Azul era uma unidade de voluntários espanhóis, formada essencialmente por falangistas, também chamados “camisas azuis”, que na sequência da vitória franquista na guerra civil de Espanha se alistaram para “combater o bolchevismo”, mas também motivados por razões económicas. Então, muitos portugueses que haviam combatido na guerra civil, por necessidade económica ou por aventureirismo, também se juntaram à Divisão Azul. Os nomes de muitos deles são conhecidos e a sua história ainda está a ser feita, ao mesmo tempo que a revista Visão anuncia que está a preparar uma edição especialmente dedicada a este assunto.