Num discurso pronunciado em latim durante um consistório ontem realizado no Vaticano, o Papa Bento XVI anunciou a sua resignação a partir do próximo dia 28 de Fevereiro. Nesse discurso, o Papa reconheceu a sua “incapacidade para exercer de boa forma o ministério que lhe foi encomendado” para liderar mais de mil milhões de católicos em todo o mundo e “para governar a barca de S. Pedro e anunciar o Evangelho”, pois para isso “é necessário também vigor, tanto do corpo como do espírito”. O Papa, que tem 85 anos de idade e que governava a Igreja Católica desde 2005, acrescentou que “cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério de Pedro”.
Foi um anúncio inesperado e muito raro na História da Igreja Católica, mas foi também um discurso corajoso, pois a última vez que um Papa resignara tinha acontecido em 1415 com Gregório XII. A imprensa mundial destacou aquela notícia quase unanimemente, ilustrando-a com a fotografia de Bento XVI, mesmo em países e regiões onde o catolicismo é residual, como acontece no mundo árabe, destacando o seu espírito de reconciliação e o apoio à defesa dos valores ecuménicos. O diário egípcio al-akhbar é um dos jornais que destaca a notícia da resignação de Bento XVI, classificando-o como um dos mais importantes líderes mundiais, tanto a nível religioso como político, mas informando também que “os árabes perderam um amigo”.
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