domingo, 8 de dezembro de 2019

Lisboa e as habituais decorações do Natal


Há três dias fotografei o Arco da Rua Augusta e as decorações natalícias que ornamentam aquela rua, cada vez mais movimentada sobretudo depois do turismo ter descoberto a cidade de Lisboa e a tornou num centro internacional de cosmopolitismo.
Os contrastes da fotografia agradam-me, bem como a simplicidade dos enfeites de Natal que se aproxima e a visão da estátua de Dom José I, mirando o estuário do rio Tejo, tudo sugerindo um ambiente calmo e acolhedor que, contudo, é só aparente. De facto, o movimento naquela rua é intenso como nas estações do metropolitano na hora de ponta. O turismo está a transformar a cidade e até induziu a modernização do comércio e o marketing/comunicação que a acompanha, pelo que a Rua Augusta se encheu de uma sinalética adaptada ao turista e de tabuleiros de pastéis de nata ou de pastéis de bacalhau com queijo, para além das muitas camisolas do Cristiano Ronaldo.
Nos últimos anos, o turismo tem estado a atingir níveis que se aproximam do insuportável, mas tem sido ele que tem sustentado o crescimento da economia portuguesa e tem apoiado a convergência com a média da União Europeia, daí resultando também que a prosperidade bateu à porta de muita gente. É um modelo de geometria variável e não se sabe quanto tempo vai durar.

A mudança climática já afecta o rio Tejo


O jornal Hoy que se publica em Badajoz destaca na primeira página da sua edição de hoje uma fotografia do chamado Embalse de Alcántara e escreve como título-legenda a frase - el cambio climático ya está aquí - acrescentando que a face mais visível do aquecimento global nesta região da Extremadura são as azinheiras que florescem em Dezembro, os sobreiros que estão em situação crítica, a significativa redução da passarada nos campos, o regresso de insectos que trazem vírus e a magreza dos animais devido à sua má alimentação e à sede. Porém, conforme mostra a fotografia publicada, é a falta de água a característica principal da situação por que passa a Extremadura e, em especial, a província de Cáceres, onde as temperaturas médias subiram 1,5 graus em relação aos registos do período de 1961 a 1990.
A barragem ou embalse de Alcántara foi construída no curso do rio Tejo a cerca de uma dezena de quilómetros da fronteira portuguesa e foi concluída em 1969, situando-se a cerca de 600 metros para montante da famosa ponte romana de Alcántara. A finalidade específica da barragem é a produção de energia eléctrica e, quando da sua construção, era a segunda maior reserva de água da Europa. Naturalmente, a barragem regula grande parte do caudal do rio Tejo, que é o maior rio da península Ibérica e esse é um problema que tem sido constantemente assinalado em Portugal, onde a falta de água no caudal do rio Tejo também está a originar grandes transformações e muitas preocupações. As autoridades portuguesas anunciam regulares consultas com as autoridades espanholas por causa do caudal do Tejo. Há que estar atento, negociar e pressionar nuestros hermanos. Nessa matéria não é necessária a acção da irritante Greta Thunberg, nem dos seus apoiantes.