Passo a passo,
prossegue o processo de reaproximação entre os Estados Unidos e Cuba,
formalmente iniciado há um mês quando, em simultâneo, Barack Obama e Raúl Castro anunciaram as primeiras medidas para o fim do embargo americano que dura há
53 anos. Esse embargo económico, comercial e financeiro foi imposto pelos
Estados Unidos em 1962, em consequência da radicalização da revolução cubana,
da sua aproximação à União Soviética e dos seus ataques aos interesses
americanos. Apesar do embargo ter surgido no contexto da chamada guerra fria e
ter provocado grandes danos à economia e à sociedade cubanas, a decisão de o
manter resistiu a todas as circunstâncias, incluindo o colapso do bloco
soviético em 1991, com o argumento de que o regime cubano violava os direitos
humanos e as liberdades fundamentais. Da mesma forma foram inconsequentes as
pressões da Assembleia Geral das Nações Unidas e da Igreja Católica para que os
Estados Unidos pusessem fim ao embargo.
A doença de Fidel
de Castro que foi detectada em 2006, abriu o caminho à sua sucessão por Raúl de
Castro, que se concretizou em 2008 e, no ano seguinte, foi Barack Obama que tomou
posse como Presidente dos Estados Unidos.
Aqueles homens, separados
por 30 anos de idade, não terão imaginado inicialmente que tinham nas mãos a
resolução de um dos mais embaraçosos conflitos da actualidade. Porém, se os
Estados Unidos tinham relações normais com a China e com o Vietnam, era difícil
compreender porque perdurava um embargo desta natureza. Foi isso que Obama e
Castro compreenderam.
Não se afigura
fácil esta reaproximação, sobretudo pela oposição do “lobby de Cuba”, formado
por anti-castristas conservadores muito influentes entre os exilados cubanos e
no voto no Estado da Florida, que só apoia uma solução que passe pelo derrube
do regime cubano. Porém, passo a passo, o processo avança como hoje salienta o jornal
Miami
Herald.