terça-feira, 1 de setembro de 2020

Navegando no estreito de Magalhães


O centenário jornal chileno El Mercúrio que se publica na cidade de Santiago ilustrou a sua edição de hoje com uma expressiva fotografia da parte média do estreito de Magalhães, em que se destaca o cabo Froward, o ponto mais meridional do continente sul-americano, por onde passou em Novembro de 1520 a frota de Fernão de Magalhães, durante a sua viagem para as ilhas Molucas, que veio a transformar-se na primeira viagem de circum-navegação.
A justificação do jornal para publicar esta fotografia foi a passagem pelo estreito de Magalhães do moderno porta-helicópteros americano USS Tripoli (LHA-7), que é um Landing Helicopter Assault ou navio de assalto anfíbio. 
O navio entrou ao serviço da Marinha americana no passado dia 15 de Julho, tem 240 metros de comprimento, desloca 45 mil toneladas e tem uma guarnição base de 65 oficiais e 994 sargentos e praças, podendo alojar 1687 fuzileiros. Nesta sua primeira viagem o navio atravessou o estreito de Leste para Oeste e dirigiu-se para a sua base na Califórnia, tendo realizado alguns exercícios com o navio-patrulha chileno Marinero Fuentealba de 81 metros de comprimento e 1772 toneladas de deslocamento. O novo navio americano tem todas as modernas ajudas à navegação, mas certamente que a companhia do Marinero Fuentealba lhe foi muito útil, até porque a parte ocidental do estreito é mesmo estreita e registou tantos naufrágios que até está institucionalizada uma rota turística conhecida por Rota dos Naufrágios, que mostra aos turistas os restos dos navios que por ali se perderam. O que não há dúvidas é que a paisagem marítima do local é imponente e nos evoca um facto relevante da história da Humanidade.