O jornal uruguaio
El
País destaca na sua edição de hoje que “Venezuela decide si pone fin a
25 años de régimen chavista”, porque hoje se realizam eleições presidenciais no
país. O assunto é importante para Portugal porque vivem na Venezuela cerca de
meio milhão de portugueses ou luso-descendentes, oriundos sobretudo do
arquipélago da Madeira, havendo muitos deles com dupla-nacionalidade.
A Venezuela é o
país com as maiores reservas de petróleo do mundo, mas deixou passar o tempo da
“petroprosperidade” para se desenvolver. Actualmente, o seu Índice de
Desenvolvimento Humano, que agrega condições de saúde, educação e rendimento,
está em 119º lugar do ranking IDH das
Nações Unidas, o que significa um desenvolvimento abaixo da média.
Entre 1999 e 2013
o país foi governado por Hugo Chávez que impôs um regime de cunho nacionalista
que foi chamado bolivarismo. Com a
sua morte por doença, sucedeu-lhe o seu vice-presidente Nicolás Maduro, que foi
eleito em 2013 e em 2018, embora esta vitória não tivesse sido reconhecida pela
oposição, nem pela comunidade internacional. Enquanto cópia de Chavez, dizem os
críticos que é pior que o original, daí resultando uma crise política e
económica, com aumento da pobreza, da fome, da inflação, da criminalidade, da
emigração e do isolamento internacional.
Hoje, cerca de 21
milhões de eleitores venezuelanos vão escolher o seu novo presidente entre dez
candidatos, mas o que eles irão fazer é a escolha entre a continuidade ou o fim
do chavismo/bolivarismo, ou entre Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido
da Venezuela e o diplomata Edmundo Gonzalez
Urrutia, da Mesa Unitária Democrática.
A
situação é complexa, até porque Maduro está em desvantagem nas sondagens e pediu aos eleitores para “pensarem bem” no seu voto,
alertando para um “banho de sangue” se perder, o que para muitos foi visto como
uma ameaça.