Ontem à noite, o trimaran Banque Populaire V cortou a linha de chegada junto de Ouessant e terminou a sua volta ao mundo à vela sem escalas em 45 dias, 13 horas, 42 minutos e 53 segundos, passando ao largo dos três míticos cabos do planeta - Boa Esperança, Leeuwin e Horn.
O skipper Loick Peyron e os seus 13 companheiros passaram a ser os novos detentores do Troféu Jules-Verne, melhorando em quase três dias o record da volta ao mundo sem escalas estabelecido em 2010 pelo Groupama 3 de Franck Cammas.
A edição de hoje do jornal desportivo L´Equipe chama o assunto à sua primeira página, enquanto o presidente francês felicitou os novos recordistas e milhares de pessoas os esperam hoje em Brest. Foi um grande feito desportivo, mas também uma grande vitória do planeamento e da tecnologia.
O trimaran francês de 40 metros percorreu mais de 29 002 milhas, isto é, mais 7 500 do que o percurso teórico, a uma velocidade média de 26,517 nós. Tendo saído de Brest passou o cabo da Boa Esperança em pouco mais de 11 dias; navegou depois em direcção ao sul da Austrália (cabo Leeuwin) e atingiu o cabo Horn. Depois, percorreu o Atlântico pelo seu lado ocidental, contornou o anticiclone dos Açores por norte e, ontem, cortou a linha de chegada e atingiu Brest.
O Troféu Jules-Verne é disputado desde 1993, quando o Commodore Explorer de Bruno Peyron gastou 79 dias, 6 horas e 15 minutos para completar a volta ao mundo. Até agora, já foram realizadas 24 tentativas de melhorar o anterior record mas só 8 foram bem sucedidas.
Os franceses gostam destes feitos náuticos, mas nós também!