domingo, 18 de abril de 2021

A tourada regressou às praças espanholas

Como todo o mundo sabe, a Espanha é o país por excelência da fiesta brava e as touradas atraem muitos milhares de pessoas, que constituem a afición cujo entusiasmo quase chega ao fanatismo. Tal como acontece por cá, também em Espanha há um forte movimento de contestação a esse espectáculo que para uns é uma prática cultural e uma nobre arte, enquanto para outros é um espectáculo degradante, bárbaro e atentatório dos direitos dos animais. Existe uma verdadeira guerrilha de argumentos a favor e contra as touradas que se arrasta há muitos anos, não se vislumbrando uma solução para essa polémica. Com as limitações impostas pela pandemia do covid-19, toda a época taurina de 2020 foi cancelada e, depois de tantos meses, a afición já desesperava.
Ontem, na Plaza de Toros “El Pino” de Sanlúcar de Barrameda, um município da província de Cádis, a fiesta brava voltou a animar os aficionados e o jornal La Voz de Cádiz dedicou-lhe hoje toda a sua primeira página, porque o assunto lhe pareceu importante. Na praça que tem capacidade para seis mil pessoas, sentaram-se 1.200 espectadores, separados por metro e meio de distância, enquanto na arena foram lidados touros de Juan Pedro Domecq, muito bravos segundo relata o jornal. Os artistas foram o valenciano Enrique Ponce (palmas), o madrileno Manuel Díaz “El Cordobés” (orelha e volta à arena) e o estremenho Emílio de Justo (duas orelhas e ovação). 
Nas touradas espanholas é sempre escolhido um triunfador e essa tradição manteve-se nesta primeira corrida da época. Emilio de Justo, natural de Torrejoncillo, na província de Cáceres, que com 38 anos de idade era o mais jovem dos três matadores, foi eleito o triunfador da corrida que assinalou o regresso da fiesta às praças espanholas.