O Ministério da
Defesa do Reino Unido anunciou ontem que dois aviões Tornado GR4 tinham lançado
o seu primeiro ataque contra alvos no norte do Iraque, no quadro da sua
campanha contra a jihad e o Estado
Islâmico, informando também que os aviões tinham regressado em segurança à sua
base em Chipre. Hoje, a edição do The Times, tal como outros jornais
ingleses, destaca essa notícia. Esta primeira acção foi realizada quatro dias
depois do parlamento britânico ter dado luz verde para a participação na
coligação internacional contra o Estado Islâmico no norte do Iraque, por 524
votos a favor e 43 votos contra, após sete horas de intenso debate, isto
é, o assunto foi pensado e democraticamente decidido.
A coligação internacional
é liderada pelos Estados Unidos e parece já ter a adesão de quatro dezenas de
países. Segundo a imprensa, a França, a Bélgica, a Dinamarca e a Holanda já
aderiram à coligação e estão a participar nos ataques aéreos, enquanto os mais
recentes ataques que os Estados Unidos estão a conduzir no território sírio contam
com a participação do Egipto, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Jordânia
e Qatar. Pela sua previsível duração e elevado custo, as operações precisam de
ser compreendidas e aceites pelas opiniões públicas dos respectivos países,
sobretudo numa Europa em recessão e crise económica. Assim, no Reino Unido
foram divulgadas imagens da primeira acção britânica no Iraque, a imprensa belga diz que “F-16
belgas: 97% de alvos atingidos” e, sobre os Emirados, é destacado que “mulher comanda
bombardeios na Síria”. Por cá, o assunto não é discutido, nem sabemos se ainda
temos alguns aviões ou se já foram vendidos todos. Se a FAP tem pilotos ou já estão todos na TAP. Ouvimos o Ministro da Defesa
dizer que “Portugal vai participar na coligação internacional contra o Estado
Islâmico, ressalvando que “a seu tempo se verá” de que forma, enquanto o Presidente
da República afirmou que “não está prevista a participação de militares
portugueses na coligação internacional contra o Estado Islâmico”. Em vez
destas tiradas despropositadas ou até contraditórias, talvez fosse interessante
perguntar aos portugueses através dos seus representantes, tal como foi feito
no Reino Unido, o que é que acham deste assunto.