quarta-feira, 26 de julho de 2023

Um trágico inferno na Grécia e na Itália

A orla europeia do mar Mediterrâneo tem estado debaixo de uma intensa vaga de calor, sobretudo na Grácia e na Itália. Trata-se, sem dúvida, de mais um efeito das alterações climáticas por que está a passar o nosso planeta.
Na Grécia mais vinte mil pessoas foram retiradas da ilha de Rodes, devido a um gigantesco incêndio que lavra há mais de uma semana, mas há outros incêndios que lavram por todo o território grego. No caso da Itália sucedem, em simultâneo, duas ocorrências meteorológicas de características opostas, pois enquanto no Norte há inundações, tornados e granizo gigante, no Sul o calor é abrasador e os incêndios têm sido devastadores. Ambos já causaram vítimas e o jornal La Stampa, que se publica em Turim, destaca na sua edição de hoje o título Inferno Italia. O governo italiano anunciou que vai declarar o estado de emergência em várias regiões que têm sido mais afectadas por tempestades e incêndios, tendo pedido à Comissão Europeia o reforço da frota de aviões que já tinham sido enviados por Bruxelas para combater os incêndios.
Tudo isto acontece como se fosse uma situação imprevista, o que é lamentável. É caso para ficarmos muito preocupados com o que andam a fazer os líderes europeus que tantas vezes se reúnem e que não têm soluções para este grave problema ambiental, hoje na Grécia e na Itália, mas amanhã em Portugal.

França no negócio mundial do armamento

“Histórico e inédito”, são as duas palavras com que a revista francesa La Tribune classifica a notícia destacada na sua edição de hoje, na qual informa que a França exportou 27 mil milhões de euros em 2022, o montante máximo de sempre das suas exportações de armamento. Segundo a notícia, foram as vendas de aviões Rafale, sobretudo para os Emirados Árabes Unidos (EAU), que impulsionaram as exportações francesas em 2022, mas a Grécia, a Indonésia, a Polónia e Singapura estão entre os seus principais clientes. Era sabido que a Dassault Aviation conseguira ganhar a batalha comercial do Golfo ao vender o seu Rafale à Arábia Saudita e ao Qatar. Agora com a encomenda dos EAU, o Rafale bate comercialmente os americanos F-15 e os britânicos Tornado.
De acordo com o Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI), os maiores exportadores de armas do mundo são os Estados Unidos (38,6%), a Rússia (18,6%) e a França (10,7%), enquanto os maiores fabricantes mundiais são os grupos americanos Lockheed Martin, Boeing, Northrop Grumman, Raytheon e a General Dynamics. Os produtos que dominam o mercado mundial do armamento são os aviões de combate da última geração, os helicópteros, os mísseis e os sistemas antimísseis, mas também outros sistemas de armas. Estes negócios alimentam as economias dos países exportadores, mas a concorrência parece não ter regras, como se viu na reviravolta australiana relativamente aos submarinos franceses, ou nos recentes e festivos acolhimentos feitos a Narendra Modi, o primeiro-ministro da Índia, em Washington e Paris.
Naturalmente, as guerras que abalam o mundo não poderão deixar de ser vistas, também, à luz destes negócios.