“Histórico e
inédito”, são as duas palavras com que a revista francesa La Tribune classifica a
notícia destacada na sua edição de hoje, na qual informa que a França exportou
27 mil milhões de euros em 2022, o montante máximo de sempre das suas
exportações de armamento. Segundo a notícia, foram as vendas de aviões Rafale, sobretudo para os Emirados
Árabes Unidos (EAU), que impulsionaram as exportações francesas em 2022, mas a
Grécia, a Indonésia, a Polónia e Singapura estão entre os seus principais
clientes. Era sabido que a Dassault
Aviation conseguira ganhar a batalha comercial do Golfo ao vender o seu Rafale à Arábia Saudita e ao Qatar.
Agora com a encomenda dos EAU, o Rafale bate comercialmente os americanos F-15 e os britânicos Tornado.
De acordo com o
Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI), os maiores
exportadores de armas do mundo são os Estados Unidos (38,6%), a Rússia (18,6%)
e a França (10,7%), enquanto os maiores fabricantes mundiais são os grupos
americanos Lockheed Martin, Boeing, Northrop Grumman, Raytheon
e a General Dynamics. Os produtos que
dominam o mercado mundial do armamento são os aviões de combate da última
geração, os helicópteros, os mísseis e os sistemas antimísseis, mas também outros
sistemas de armas. Estes negócios alimentam as economias dos países
exportadores, mas a concorrência parece não ter regras, como se viu na
reviravolta australiana relativamente aos submarinos franceses, ou nos recentes
e festivos acolhimentos feitos a Narendra Modi, o primeiro-ministro da Índia,
em Washington e Paris.
Naturalmente, as
guerras que abalam o mundo não poderão deixar de ser vistas, também, à luz
destes negócios.
Ora aqui está o lado "negro" e "necessário" das guerras, para alimentar os jogos de pocker dos poderosos e prolongar a desgraça dos mais desprotegidos.
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