Por razões de
proximidade geográfica e cultural, quase tudo o que acontece em Espanha
interessa aos portugueses e, portanto, as eleições gerais do passado domingo
foram seguidas com muita atenção.
Havia 37,4
milhões de espanhóis para ir às urnas e as previsões apontavam para uma folgada
vitória do PP de Alberto Feijóo e a derrota do PSOE de Pedro Sánchez, mas os
resultados foram bem diferentes dos números apontados pelas sondagens, pois o
PP teve 33,1% dos votos, enquanto o PSOE conseguiu 31,7%. Pouca diferença. Assim, o PP venceu e
conseguiu 136 deputados, seguido pelo PSOE com 122, pelo Vox de Santiago
Abascal com 33 e pelo Sumar de Yolanda Diaz com 31. Com estes resultados, a
formação do novo governo espanhol torna-se muito difícil, pois nem o bloco da
direita, nem o bloco da esquerda conseguiram a maioria de 176 dos 350
deputados. A solução poderá estar nos restantes 28 deputados eleitos pelos
movimentos independentistas ou pelos interesses locais, como a ERC, Junts, EH
Bildu, PNV, BNG e CCA.
Tanto Feijóo como
Sánchez vão procurar negociar as alianças e os compromissos que permitam obter
os 176 votos necessários à sua investidura pelo Congresso dos Deputados, como
hoje anunciam o elPeriódico de Aragón e outros jornais espanhóis. Em política
tudo é possível, mas parece muito provável que os espanhóis terão que ir novamente às urnas
para resolver este imbróglio, ou esta hipótese de ingovernabilidade.
Entretanto, é bom
que por na faixa mais ocidental da península Ibérica se aprenda alguma coisa com o que se
passa com nuestros hermanos.
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