Gerhard Schröder, o homem que entre 1998 e 2005 desempenhou as funções de chanceler alemão, declarou numa conferência ontem realizada em Lisboa que o Diário de Notícias noticiou, que “a austeridade está a asfixiar Portugal”, defendendo a primazia das políticas voltadas para o crescimento e uma menor ênfase na austeridade.
Há uns meses, comentando a austeridade imposta aos portugueses, Adriano Moreira tinha dito que “nunca viu uma situação tão severa na vida portuguesa”. Depois, perante o peso dos encargos da dívida portuguesa, foi Miguel Cadilhe que veio defender “a renegociação honrada da dívida pública", para um prazo "muito mais alargado" e com uma "taxa de juro mais suportável". Não foi, portanto, apenas a oposição a criticar a austeridade e a falta de estratégia para o crescimento e o emprego. Nem foi apenas a oposição a criticar o fundamentalismo e a desorientação do passos-gasparismo, cada vez mais afectado pelas consequências sociais da austeridade. Muitas vozes têm alertado para a cegueira do núcleo duro do governo, inclusive na sua família política.
Hoje, o Chefe do Estado veio defender que Portugal deveria ver reduzidos os juros que paga pelos empréstimos europeus e ter um alargamento do prazo de reembolso, apesar de viver uma situação muito diferente da Grécia, tendo essas declarações sido apoiadas pelo MNE. Como é possível que os nossos contabilistas do passos-gasparismo asfixiem os portugueses e continuem a engolir sapos em Bruxelas e Frankfurt?