quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A corrupção continua a dominar o mundo

A Transparência Internacional (TI) é uma organização não-governamental que tem como principal objectivo a luta contra a corrupção e que, desde 1995, publica um relatório no qual são analisados os Índices de Percepção da Corrupção dos diferentes países do mundo.
A TI acaba de divulgar o Índice de Percepção da Corrupção relativo ao ano de 2012, no qual Portugal aparece colocado em 33º lugar entre 174 países. Esta classificação tem um valor muito subjectivo, mas é a mais conhecida e mais utilizada medição da corrupção utilizada em estudos académicos. Porém, é natural que nos interroguemos sobre se Portugal é ou não um país corrupto. Quando se está em 33º lugar no ranking da corrupção é mau, porque se está ao nível do Butão e do Porto Rico, mas é menos mau, porque ainda se está acima de muitos países da Europa, como a Itália, a Grécia e a República Checa, entre outros e, além disso, é o país da CPLP melhor colocado no ranking da TI. O facto é que os portugueses acham o país mais corrupto do que aquilo que o ranking do TI mostra, porque as leis não são claras e quase ninguém vai preso, mas também porque há gente que fica rica de repente sem se perceber como.
A falta de autoridade do Estado infiltrado por interesses corporativos e partidários e a ineficiência e morosidade da Justiça, parecem ser as raízes da corrupção. Porém, inacreditavelmente, os portugueses revelam uma enorme indiferença perante a corrupção, pois não querem colocar-se no papel de denunciantes, um estigma que é uma triste memória do nosso passado recente. A corrupção continua a dominar o mundo, mas a Dinamarca, a Finlândia e a Nova Zelândia são os campeões da transparência.

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