A guerra civil na Síria tem estado muito ausente dos noticiários internacionais, apesar desse país continuar a sofrer os efeitos de intensos combates e de já haver muitos milhares de mortos. “A Síria está devastada”, diz hoje o jornal francês Libération.
Tudo nasceu de uma acção de contestação ao regime de Bashar El-Assad, quando a chamada primavera árabe varreu a margem sul do Mediterrâneo. A contestação saiu de Damasco e alastrou por todo o território sírio, transformando-se numa guerra civil que já contabiliza 40 mil vítimas. Surgiram notícias de massacres e de execuções sumárias. Houve milhares de refugiados. Tal como acontece em todas as guerras e recentemente se viu na Bósnia-Herzegovina, também na Síria não há beligerantes bons e beligerantes maus. A Síria tornou-se um campo de luta geopolítica entre dois campos de interesses: a Rússia, a China e o Irão de um lado e, do outro, o Qatar, os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e os Estados Unidos. No terreno, estão directamente envolvidas nos combates as forças do regime de Bashar El-Assad e a oposição armada, agora organizada em torno do Exército de Libertação Sírio, mas também milícias, guardas da revolução e brigadas jihadistas. Em Abril passado, um emissário das Nações Unidas, Kofi Annan, ainda conseguiu um compromisso de cessar fogo mas que não resultou no terreno. Pouco depois, o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, falou pela primeira vez em "guerra civil" e denunciou a existência de uma “guerra por procuração entre as grandes potências”. Em Agosto o presidente Obama afirmou explicitamente pela primeira vez que Bashar El-Assad se devia demitir. Apesar de esquecida pelos mass media internacionais, a guerra na Síria está a devastar o país e, ao fim de mais de 20 meses, ainda ninguém conseguiu travar aquele sofrimento do povo sírio.
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