sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Evocando a independência do Brasil

Ontem, que foi dia 7 de Setembro, comemorou-se a histórica e simbólica efeméride ocorrida nesse dia do ano de 1822 nas margens do rio Ipiranga, no actual estado brasileitro de São Paulo, quando o príncipe-regente D. Pedro de Alcântara e Bragança assumiu a responsabilidade pela separação do reino do Brasil do reino de Portugal e gritou: Independência ou morte!
Viviam-se então tempos difíceis, tanto em Portugal como no Brasil. O rei D. João VI, bem como a Família Real, tinha regressado a Portugal em 1821 e nomeara o seu filho mais velho como príncipe-regente do Brasil, numa altura em que os territórios da América espanhola reivindicavam e lutavam pela sua independência, sob a inspiração de Simón Bolivar. A ausência do rei desgostava os brasileiros, enquanto em Lisboa se considerava que o príncipe-regente era “um mancebo ambicioso e alucinado”.
A declaração de independência acelerou os preparativos para resistir à esperada reacção portuguesa e, no dia 12 de outubro de 1822, data em que celebrava 24 anos de idade, dos quais passara quinze no Brasil, o príncipe-regente foi aclamado como D. Pedro I, Imperador do Brasil. Começou então a guerra em todo o território brasileiro e só a Marinha Imperial poderia defender a independência do Brasil e manter a unidade do vasto território nacional. Porém, enquanto as províncias do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo aderiram à proclamação do príncipe-regente, a generalidade das unidades militares portuguesas permaneceram fiéis ao seu rei e ao seu governo, resistindo à onda independentista, sobretudo nas províncias da Cisplatina (Montevideu), Bahia (Salvador), Maranhão (S. Luís) e Pará (Belém). 
A guerra durou até Agosto de 1825 quando Portugal reconheceu formalmente a independência do Brasil. O jornal O Imparcial que se publica em São Luís, a capital do Estado do Maranhão, lembrou na sua edição de ontem que “o grito do Ipiranga não ecoou no Maranhão”.