Ontem, que foi dia 7 de Setembro,
comemorou-se a histórica e simbólica efeméride ocorrida nesse dia do ano de
1822 nas margens do rio Ipiranga, no actual estado brasileitro de São Paulo,
quando o príncipe-regente D. Pedro de Alcântara e Bragança assumiu a
responsabilidade pela separação do reino do Brasil do reino de Portugal e gritou:
Independência ou morte!
Viviam-se então tempos
difíceis, tanto em Portugal como no Brasil. O rei D. João VI, bem como a Família
Real, tinha regressado a Portugal em 1821 e nomeara o seu filho mais velho como
príncipe-regente do Brasil, numa altura em que os territórios da América espanhola
reivindicavam e lutavam pela sua independência, sob a inspiração de Simón
Bolivar. A ausência do rei desgostava os brasileiros, enquanto em Lisboa se
considerava que o príncipe-regente era “um mancebo ambicioso e alucinado”.
A declaração de
independência acelerou os preparativos para resistir à esperada reacção
portuguesa e, no dia 12 de outubro de 1822, data em que celebrava 24 anos de
idade, dos quais passara quinze no Brasil, o príncipe-regente foi aclamado como
D. Pedro I, Imperador do Brasil. Começou então a
guerra em todo o território brasileiro e só a Marinha Imperial poderia defender
a independência do Brasil e manter a unidade do vasto território nacional. Porém, enquanto as províncias do
Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo aderiram à proclamação do príncipe-regente,
a generalidade das unidades militares portuguesas
permaneceram fiéis ao seu rei e ao seu governo, resistindo à onda
independentista, sobretudo nas províncias da Cisplatina (Montevideu), Bahia
(Salvador), Maranhão (S. Luís) e Pará (Belém).
A guerra durou até
Agosto de 1825 quando Portugal
reconheceu formalmente a independência do Brasil. O jornal O Imparcial que se
publica em São Luís, a capital do Estado do Maranhão, lembrou na sua edição de
ontem que “o grito do Ipiranga não ecoou no Maranhão”.
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