Nos últimos dias
tem-se falado muito de labirintos, não exactamente naqueles espaços em que se
entra com facilidade mas em que é difícil encontrar a saída, mas nos outros labirintos,
aqueles que existem na nossa sociedade, sobretudo no Estado, em que se
instalaram e movimentam certos interesses que actuam em rede e minam a coesão
social e a confiança dos cidadãos. Esses labirintos também estão disseminados na sociedade civil, especialmente no meio empresarial.
O nosso país está cheio de labirintos. A política é a grande inspiradora e a base de recrutamento daqueles que neles se movem e que neles alimentam as suas ambições e interesses pessoais. Entram nos esquemas labirínticos desde a sua tenra juventude e ocupam os espaços e os caminhos, sem outros ideais que não sejam o de se servirem. O seu sucesso é egoista e é sempre o insucesso do outro. Eles associam-se, articulam-se em redes e, sobretudo, vivem à margem do país real e em grande impunidade. Muitos deles, a coberto da sua militância partidária, chegam a deputados da nação numa idade em que seria mais recomendável que estudassem e trabalhassem. Alguns entram nas sociedades de advogados e em empresas e organizações já constituídas, mas outros criam as suas próprias empresas para apoio às suas negociatas, assessorias, consultorias e outras fantasias. São facilitadores de negócios e, em princípio, podem abrir todas as portas. Formalmente cumprem a lei, mas vivem no submundo do interesse pessoal ou de grupo, do favorzinho, da cunha, da comissão, da avença, da sabujice e da influência. Não têm vergonha nenhuma. Andam deslumbrados com o poder que acumularam e aparecem na televisão a falar de tudo, enquanto o país continua à deriva.
O nosso país está cheio de labirintos. A política é a grande inspiradora e a base de recrutamento daqueles que neles se movem e que neles alimentam as suas ambições e interesses pessoais. Entram nos esquemas labirínticos desde a sua tenra juventude e ocupam os espaços e os caminhos, sem outros ideais que não sejam o de se servirem. O seu sucesso é egoista e é sempre o insucesso do outro. Eles associam-se, articulam-se em redes e, sobretudo, vivem à margem do país real e em grande impunidade. Muitos deles, a coberto da sua militância partidária, chegam a deputados da nação numa idade em que seria mais recomendável que estudassem e trabalhassem. Alguns entram nas sociedades de advogados e em empresas e organizações já constituídas, mas outros criam as suas próprias empresas para apoio às suas negociatas, assessorias, consultorias e outras fantasias. São facilitadores de negócios e, em princípio, podem abrir todas as portas. Formalmente cumprem a lei, mas vivem no submundo do interesse pessoal ou de grupo, do favorzinho, da cunha, da comissão, da avença, da sabujice e da influência. Não têm vergonha nenhuma. Andam deslumbrados com o poder que acumularam e aparecem na televisão a falar de tudo, enquanto o país continua à deriva.
Alguns multiplicam
os seus poderes e dispersam-se por interesses variados que também
são um labirinto e, nesse aspecto, destacam-se os machetes e os vitorinos, os
proenças de carvalho, os aguiares brancos e os lobos xavieres que, dotados não sei de que competências, têm assento
em inúmeras empresas de onde naturalmente comandam isto tudo.
Um dos labirintos
da nossa sociedade parece estar agora em implosão. Não sabemos o que se passou,
mas quando assistimos a que altas figuras do Estado sejam constituídas como
arguidos no chamado processo dos vistos
gold, por corrupção, peculato e tráfico de influências, não podemos deixar
de ficar preocupados com a vulnerabilidade do Estado e com os labirintos de
toda a espécie por aí circulam às claras. Disse o Papa Francisco que “este
capitalismo mata”, mas por analogia podemos dizer que “estes labirintos matam”.