Decorreram 15 anos desde o dia 20 de
Dezembro de 1999 que assinala a data em que as autoridades portuguesas transferiram
a administração do território de Macau para as autoridades da República Popular
da China.
A história da
presença portuguesa em Macau é um dos mais interessantes capítulos da História
de Portugal e prolongou-se por mais de quatro séculos. Durante um tão longo
período a pequena Povoação do Nome de
Deus do Porto de Amacau na China atraiu o interesse de aventureiros,
mercadores e religiosos, tornou-se numa verdadeira cidade-Estado, progrediu e
tornou-se uma cidade cosmopolita e um importante entreposto comercial nas relações
entre a China, a Europa e o Japão. Perante os importantes acontecimentos que ao longo dos tempos ocorreram naquela região asiática, as autoridades portuguesas de Macau sempre tiveram a
sabedoria diplomática necessária para assegurar a soberania portuguesa com
dignidade, embora por vezes em algumas situações de maior tensão.
Quando a
transferência da soberania se concretizou, as autoridades chinesas reconheceram
repetidamente que a administração de Macau sempre manteve uma cooperação
amistosa com a China e esse reconhecimento permitiu manter as pontes para o futuro. Assim, a língua portuguesa
continuou a ser uma das duas línguas oficiais de Macau e o património, as instituições
e as memórias portuguesas puderam perdurar, não deixando de ser curioso que em 2005 o Centro
Histórico de Macau tenha sido declarado Património da Humanidade pela UNESCO, enquanto
testemunho do pioneirismo e da mútua influência cultural entre o Ocidente e o
Oriente. Por isso, o Hoje Macau – um dos quatro jornais
macaenses que se publica em língua portuguesa – publicou um suplemento alusivo
ao 15º aniversário da criação da Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da
China, no qual utilizou a fotografia da gruta e do busto de Camões que se encontra
no Jardim de Camões em Macau e, ainda, um sugestivo título: Essa palavra saudade…