Ontem realizou-se
a cerimónia oficial da abertura dos Jogos Olímpicos e, depois de tantos meses
em que se amontoaram dúvidas quanto à capacidade brasileira para organizar um
acontecimento de tamanha complexidade, o espectáculo apresentado no Maracanã
foi uma resposta esclarecedora e deslumbrante. A imprensa internacional não se poupou a elogios
à imaginação e à criatividade que “invadiram” o maior estádio do Rio de Janeiro,
às cores, às luzes, à tecnologia e aos conteúdos musicais exibidos. Através de sucessivas representações servidas por luz, cor e muita música, foi feita a história do Brasil e da cidade fundada no século XVI pelos portugueses, foram apresentadas as áreas verdes
e urbanas da cidade e foi representada a diversidade cultural brasileira.
A cerimónia
iniciou-se com uma sugestiva interpretação do hino brasileiro por Paulinho da Viola num palco
a evocar Óscar Niemeyer e prosseguiu com a “presença” de muitas celebridades
brasileiras, desde Santos Dumont e dos seus voos pioneiros, até à famosa modelo Gisele Bündchen e dos seus desfiles pelas passerelles do mundo.
Foi realmente um grande espectáculo. O público participou activamente e até Michel
Temer, o presidente brasileiro, foi apupado no estádio, enquanto no exterior
surgiu alguma contestação aos custos dos Jogos Olímpicos, num país onde estão
por satisfazer muitas necessidades básicas e em que prevalece uma situação económica desfavorável, com muito desemprego e muita insegurança.
Na sua edição de hoje o jornal O Estado de S. Paulo diz
que “o Brasil fez bonito”. É verdade, o Brasil fez bonito e passou ao mundo e a
três mil milhões de pessoas que assistiram à cerimónia pela televisão, uma mensagem paz, de criatividade e de imaginação que
supera quaisquer desgostos que tenham no futebol. Mas foi um desregramento de dinheiro que era necessário para outras coisas, dizem alguns. É verdade. Tal como foi verdade que a festa impressionou o mundo.