A edição de ontem
do jornal Público destacou a
situação por que passa a indústria da construção naval no noroeste da Península
Ibérica que, tendo atravessado um prolongado período de crise, parece estar agora
a entrar numa fase de renovado dinamismo. Em título de primeira página,
o jornal escreve: “Estaleiros da Galiza com trabalho e a crescer em contraste com Viana”.
A leitura deste título dá vontade de chorar! De facto, com imaginação, inteligência
e diálogo democrático, os galegos procuraram soluções para salvar a sua indústria
da construção naval, tendo conseguido um consenso político e social em que
participaram as autoridades centrais e regionais, os patrões e os sindicatos,
mas também alguns investidores, como foi o caso da petrolífera mexicana Pemex. Acendeu-se uma luz ao fundo do túnel e um
sindicalista galego afirmou que “há oito meses não era demagogia falar do risco
de desaparecimento desta actividade em Espanha, aliás nos últimos quatro anos a
construção naval praticamente desapareceu na Andaluzia e em Valência”. Actualmente,
a construção e reparação naval na Galiza,
Astúrias e País Basco representam 87 mil postos de trabalho, dos quais 25 mil
são empregos directos, enquanto a previsão para 2014 é recuperar os níveis de
actividade e os postos de trabalho da última década.
A cem quilómetros de distância de Vigo estão os Estaleiros de Viana
do Castelo e é o contraste, que nos envergonha e nos entristece. Segundo um sindicalista galego citado pelo Público, os estaleiros de Viana “têm as
melhores instalações, pelo menos as maiores, de toda esta faixa atlântica”, mas
o governo concessionou-as ao grupo Martifer, o que significa o lamentável fim
da construção naval em Portugal. Porquê?
No dia 17 de Dezembro de 2013, a Rua dos Navegantes já abordara este assunto e escrevera: “Ao contrário das autoridades espanholas que encontraram uma boa solução para o seu problema, o governo português e o ministro Branco não quiseram ou não foram capazes de encontrar uma solução”.
No dia 17 de Dezembro de 2013, a Rua dos Navegantes já abordara este assunto e escrevera: “Ao contrário das autoridades espanholas que encontraram uma boa solução para o seu problema, o governo português e o ministro Branco não quiseram ou não foram capazes de encontrar uma solução”.