quarta-feira, 28 de abril de 2021

Portugal e o fim do estado de emergência

O Presidente da República decidiu não renovar o estado de emergência que vinha sendo prolongado desde há vários meses como forma de resistir à crise pandémica causada pelo covid-19. Assim, o país começa a abrir-se como sugere a ilustração do jornal i.
De uma forma geral, os portugueses cumpriram as regras determinadas pelo confinamento generalizado e os resultados foram muito positivos, o que desde já obriga ao reconhecimento e ao justo louvor às autoridades de saúde, por vezes injustamente atacadas por alguns comentadores incapazes e ignorantes que campeiam pelas nossas estações de televisão. A decisão do Presidente da República fundamentou-se na opinião dos especialistas e em dados objectivos, designadamente na estabilização do número de infectados, na descida do número médio de óbitos, na diminuição do número de doentes internados tanto em enfermaria como em unidades de cuidados intensivos e na redução do famoso Rt, a taxa de transmissibilidade de que todos os portugueses falam. No dia 26 de Abril não se registaram quaisquer óbitos por covid-19, o que já não acontecia desde o dia 3 de Agosto e esta é uma expressiva e animadora realidade.
A vida social e a economia vão abrir-se, mas apesar da situação muito favorável que atravessamos e da vacinação estar a decorrer de forma muito eficiente, a crise ainda não está vencida e é preciso continuar a monitorar e a controlar a situação, como aconselham as notícias que nos chegam de outros países e de outras partes do mundo. Os catorze meses em que estivemos sujeitos à pandemia causaram muitos estragos na nossa forma de viver e até na nossa saúde mental. Estamos menos confiantes, mas também estamos mais pobres. Temos mais desemprego, mais défice e mais dívida. Temos que fazer um esforço de coesão para sair desta prova difícil que enfrentamos.
O primeiro caso de covid-19 foi detectado no dia 2 de Março de 2020 e, cerca de catorze meses depois, foram contabilizados cerca de 834.638 casos e 16.965 óbitos. Foi uma dura prova de que esperamos estar mesmo de saída.