sábado, 19 de setembro de 2015

Por favor, livrem-nos dos banqueiros...

Durante muitos anos os bancos foram considerados como pilares do sistema económico pois prestavam serviços financeiros, isto é, captavam dinheiro dos clientes, ficavam devedores e depois restituiam-lhe capital e juros (operações passivas) e com esse capital concediam crédito a outros clientes, ficavam credores e depois recebiam deles capital e juros (operações activas). Depois, a banca passou a fazer outras operações a que chamou serviços bancários e envolveu-se nas mais diversas operações de gestão e de risco, com o objectivo de maximizar o seu insaciável lucro. Com o crescimento da economia mundial, a banca tornou-se poderosa e influente, passou a comandar o sistema financeiro e até o sistema político, muitas vezes através de actividades especulativas ou mesmo fraudulentas. Ao escândalo da falência do Lehmon’s Brothers seguiram-se outros escândalos e, segundo li, “só nos Estados Unidos faliram 380 bancos comerciais”. A falência do sistema bancário na Islândia fez com que meio milhão de depositantes perdessem as suas poupanças, enquanto na Irlanda, na Grécia, em Chipre e na generalidade dos países europeus, também muitos bancos faliram. Aqui tivemos o BPN, o BPP e o BES. Com este catastrófico desempenho da banca, era de admitir que os banqueiros se calassem e que se enchessem de vergonha. Porém, isso não está a acontecer e a sua interferência na vida política continua activa e passa as marcas do aceitável. Ontem tivemos a agência Standard and Poor’s (S&P) a melhorar o rating de longo prazo de Portugal, numa postura inoportuna, pois interfere com a campanha eleitoral. Hoje, a imprensa espanhola destaca que “a banca toma partido contra a independência” e ameaça retirar-se da Catalunha se a decisão eleitoral dos catalães no dia 27 de Setembro for no sentido da independência. Depois da vergonha que tem sido a especulação fraudulenta da banca, os banqueiros ainda têm o atrevimento de se manifestar. Ao menos calem-se!