Durante muitos
anos os bancos foram considerados como pilares do sistema económico pois
prestavam serviços financeiros, isto é, captavam dinheiro dos clientes, ficavam
devedores e depois restituiam-lhe capital e juros (operações passivas) e com
esse capital concediam crédito a outros clientes, ficavam credores e depois recebiam
deles capital e juros (operações activas). Depois, a banca passou a fazer
outras operações a que chamou serviços bancários e envolveu-se nas mais
diversas operações de gestão e de risco, com o objectivo de maximizar o seu insaciável
lucro. Com o crescimento da economia mundial, a banca tornou-se poderosa e
influente, passou a comandar o sistema financeiro e até o sistema político,
muitas vezes através de actividades especulativas ou mesmo fraudulentas. Ao
escândalo da falência do Lehmon’s Brothers seguiram-se outros escândalos e, segundo
li, “só nos Estados Unidos faliram 380 bancos comerciais”. A falência do
sistema bancário na Islândia fez com que meio milhão de depositantes perdessem
as suas poupanças, enquanto na Irlanda, na Grécia, em Chipre e na generalidade
dos países europeus, também muitos bancos faliram. Aqui tivemos o BPN, o BPP e
o BES. Com este catastrófico desempenho da banca, era de admitir que os
banqueiros se calassem e que se enchessem de vergonha. Porém, isso não está a acontecer
e a sua interferência na vida política continua activa e passa as marcas do
aceitável. Ontem tivemos a agência Standard and Poor’s (S&P) a melhorar o rating de longo prazo de Portugal, numa
postura inoportuna, pois interfere com a campanha eleitoral. Hoje, a
imprensa espanhola destaca que “a banca toma partido contra a independência” e ameaça
retirar-se da Catalunha se a decisão eleitoral dos catalães no dia 27 de
Setembro for no sentido da independência. Depois da vergonha que tem sido a
especulação fraudulenta da banca, os banqueiros ainda têm o atrevimento de se
manifestar. Ao menos calem-se!
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