O jornal Público informa na sua edição de hoje que o governo mandou fazer, por ajuste directo, uma centena de livros com o título “Compromisso para uma Nação Forte”, tendo pago 12 mil euros à Gráfica MaiaDouro, SA, com o dinheiro dos meus impostos, que tanta falta me faz. Segundo informa o jornal, que consultou o gabinete do ministro, o livro foi impresso em papel couché semimate e a capa tem um fundo em tons de cinza-prata com uma ilustração em alto-relevo.
A centena de luxuosos exemplares foi paga pelo gabinete do ministro Miguel Relvas e destina-se exclusivamente ao governo, provavelmente para que cada um dos seus membros possa exercitar o seu narcisismo.
Consequentemente, o livro custou 120 euros por exemplar, o que constitui uma despesa escandalosa e é um elucidativo exemplo do despesismo governamental, tanto mais grave quanto esses mesmos deslumbrados relvas, ainda há poucos meses reclamavam o corte das gorduras do Estado como solução para os nossos problemas.
Além disso, numa altura em que a austeridade se está tornar dolorosa para muitos portugueses, com mais desemprego, mais pobreza e maior desigualdade, estes maus exemplos servem apenas para aumentar o sentimento de injustiça da população e para a empurrar para o protesto.
Assim, não estamos todos no mesmo barco. Assim, a austeridade não é para todos!