Os grandes
veleiros marcaram a história da navegação marítima do século XIX, quando o
comércio se globalizou e a navegação à vela competia em velocidade e
economicidade com a navegação a vapor, sobretudo nas grandes rotas oceânicas
que ligavam a Ásia e a América à Europa. Alguns desses veleiros, como os tea clippers Cutty Sark e Thermopylae foram,
porventura, os mais famosos tall ships
desse tempo e a memória das suas corridas
perdurou no tempo, pelo que o culto pelos veleiros se manteve até aos nossos dias
nas nações marítimas. Alguns foram preservados e outros foram construídos de
novo, como símbolos de uma era histórica, como património cultural ou como
escola de formação náutica, suscitando sempre a admiração de quem os vê.
Assim sucede em
Portugal (Sagres), na Espanha (Juan Sebastián de Elcano), Alemanha (Gorch Foch), na Itália (Americo Vespucci), no Chile (Esmeralda), nos Estados Unidos (Eagle) e
no México (Cuauhtémoc), entre muitos
outros.
No passado sábado
o navio-escola mexicano Cuauhtémoc largava
de Nova Iorque com rumo à Islândia com 277 tripulantes. Estava a manobrar no
East River, no "east side" de Manhattan e nas proximidades da histórica Ponte do
Brooklyn. Algo de anormal se passou que está a ser investigado, mas alguns
filmes mostraram o navio com seguimento e aparentemente desgovernado a navegar em
direcção à ponte. Um velho rebocador que auxiliava na manobra não terá sido
eficaz e, a bordo, não se lembraram de fundear o navio. Eram cerca de 20.30 horas e já
anoitecera. Os três mastros iluminados do veleiro (147 pés), embateram com estrondo no
tabuleiro inferior da ponte (135 pés) e partiram-se. Havia tripulantes nos mastros e houve dois cadetes mortos e vinte tripulantes feridos, alguns com
gravidade.
Os jornais
mexicanos e nova-iorquinos destacaram este invulgar acontecimento, como fez o
jornal La Jornada que se publica na Cidade do México e que escreveu:
“choca buque de la Armada en Nueva York”.