segunda-feira, 19 de maio de 2025

Acidente raro com veleiro em Nova Iorque

Os grandes veleiros marcaram a história da navegação marítima do século XIX, quando o comércio se globalizou e a navegação à vela competia em velocidade e economicidade com a navegação a vapor, sobretudo nas grandes rotas oceânicas que ligavam a Ásia e a América à Europa. Alguns desses veleiros, como os tea clippers Cutty Sark e Thermopylae foram, porventura, os mais famosos tall ships desse tempo e a memória das suas corridas perdurou no tempo, pelo que o culto pelos veleiros se manteve até aos nossos dias nas nações marítimas. Alguns foram preservados e outros foram construídos de novo, como símbolos de uma era histórica, como património cultural ou como escola de formação náutica, suscitando sempre a admiração de quem os vê.
Assim sucede em Portugal (Sagres), na Espanha (Juan Sebastián de Elcano), Alemanha (Gorch Foch), na Itália (Americo Vespucci), no Chile (Esmeralda), nos Estados Unidos (Eagle) e no México (Cuauhtémoc), entre muitos outros.
No passado sábado o navio-escola mexicano Cuauhtémoc largava de Nova Iorque com rumo à Islândia com 277 tripulantes. Estava a manobrar no East River, no "east side" de Manhattan e nas proximidades da histórica Ponte do Brooklyn. Algo de anormal se passou que está a ser investigado, mas alguns filmes mostraram o navio com seguimento e aparentemente desgovernado a navegar em direcção à ponte. Um velho rebocador que auxiliava na manobra não terá sido eficaz e, a bordo, não se lembraram de fundear o navio. Eram cerca de 20.30 horas e já anoitecera. Os três mastros iluminados do veleiro (147 pés), embateram com estrondo no tabuleiro inferior da ponte (135 pés) e partiram-se. Havia tripulantes nos mastros e houve dois cadetes mortos e vinte tripulantes feridos, alguns com gravidade.
Os jornais mexicanos e nova-iorquinos destacaram este invulgar acontecimento, como fez o jornal La Jornada que se publica na Cidade do México e que escreveu: “choca buque de la Armada en Nueva York”.