domingo, 16 de fevereiro de 2014

Um salto com vara a 6,16 metros. Notável!

O atleta francês Renaud Lavillenie conseguiu ontem um notável resultado desportivo, ao bater o record do mundo do salto à vara com um salto de 6,16 metros, no meeting de pista cobertao Pole Vault Stars  realizado na cidade ucraniana de Donetsk. Renaud Lavillenie tem 27 anos de idade e em 2012 já fora campeão olímpico nos Jogos de Londres.
A generalidade dos jornais franceses destacaram o feito de Lavillenie com o seu habitual orgulho nacional e com muito entusiasmo, pois tratou-se de um caso de grande simbolismo no atletismo mundial, não só porque tinha sido exactamente nesse estádio que, há cerca de 21 anos, o atleta ucraniano Serguei Bubka batera o seu record mundial de 6,15 metros, mas também porque o próprio Bubka se encontrava presente no estádio e foi um dos primeiros a felicitar o novo recordista mundial.
Para quem gosta de atletismo, até havia quem pensasse que Serguei Bubka tinha atingido pela primeira vez o limite das possibilidades humanas. Afinal, este atleta francês, que até era bem pouco conhecido, mostrou que no desporto, tal como na ciência, na tecnologia e em outras áreas da actividade humana, parece não haver limites.

Uma Justiça que é cega e não funciona

A edição de hoje do jornal ABC afirma que em Espanha “a justiça não funciona” e o facto é que em Portugal, também ouvimos esta frase muitas vezes e até parece que, nesta matéria, ainda estamos pior que os nossos vizinhos.
Há poucos dias foi anunciada uma nova organização do sistema judiciário, que vai levar à extinção de 20 tribunais e à transformação de 29 que vão ser convertidos em secções de proximidade, isto é, meros balcões locais de atendimento. A Ordem dos Advogados já veio repudiar “a grave desqualificação” resultante da redução de comarcas que passam a ter a sua sede nas capitais de distrito, bem como o encerramento de tribunais e todas as medidas que põem em causa os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e o princípio basilar do acesso à Justiça. É evidente que a nova medida governamental apenas pretende reduzir custos e nada tem a ver com o funcionamento ou com rapidez da Justiça, nem com o respeito dos direitos dos cidadãos. Segundo tem sido dito, as novas medidas não vão produzir efeitos na melhoria do funcionamento do sistema judicial, nem vão melhorar as relações da Justiça com a Cidadania e a Economia, como seria desejável.
Recorde-se que o último relatório da Comissão Europeia para a Eficiência da Justiça (CEPEJ) divulgado há menos de um ano, mostrava que no ano de 2010, um caso cível a correr nos tribunais portugueses demorava em média 1096 dias a ser resolvido, isto é, quatro vezes mais do que a média da União Europeia. Por isso, também por cá podemos dizer que a Justiça não funciona, pois é incompreensível a sua morosidade sobretudo em casos graves – e tantos são – que se traduzem na perplexidade do cidadão comum face à demora e ao conteúdo de algumas decisões judiciais.