A leiloeira Christie’s vendeu em Nova Iorque, após cerca de seis minutos
de intensa licitação, ou “feroz licitação” como se lhe referiu a BBC, um
tríptico do pintor britânico Francis Bacon que foi arrematado por 142,4 milhões
de dólares (106 milhões de euros), transformando-se na obra de arte mais cara
do mundo. O preço pago pela obra intitulada "Três
estudos de Lucian Freud" supera o preço pago pelo quadro "O Grito", do artista
norueguês Edvard Munch, que atingiu 119,9 milhões de dólares (89,1 milhões de
euros), num leilão organizado pela Sotheby’s em Maio de 2012. Como é habitual
nestes casos, o nome do comprador permanece em
segredo. Este leilão constituiu um caso surpreendente de dinamismo do mercado
internacional da arte e, por isso, diversos jornais espanhóis e franceses
destacaram essa notícia.
Apesar da crise mundial, o mercado da arte continua a
revelar-se muito atractivo para os coleccionadores e para os investidores,
sobretudo em relação à arte do século XX que tem dominado o mercado e registado os
preços mais elevados, designadamente nos domínios do impressionismo, da arte
moderna e da arte do período pós-guerra. No que respeita aos compradores, que
até há pouco tempo eram americanos e europeus, o mercado regista agora a
chegada de chineses, russos e indianos, o que também tem contribuido para o seu
dinamismo. Assim, calcula-se que o mercado internacional da arte movimente anualmente cerca de 43 mil milhões de euros, o que representa cerca de 25% do PIB português. Por cá, embora tenhamos uma escala completamente diferente e haver quem se esteja a "desfazer dos anéis", o mercado da arte está como o resto, isto é, sem andamento que se veja.