Na sua imensa
sabedoria o povo diz que “quem muito se abaixa mostra o rabo” e na realidade,
muito do que de catastrófico nos está a ser imposto resulta de uma excessiva passividade das nossas autoridades face às exigências dos
credores, dos alemães e da troika. As
recentes palavras de Barroso e os recados do FMI vão nesse sentido e demonstram
o nível de submissão a que nos deixamos chegar. Ouvimos e calamos. Sem reacção.
Com cobardia. Ao fim de 30 meses de austeridade e de acentuada degradação da
situação económica e social, está à vista o monumental falhanço das políticas impostas
pela troika que servilmente têm sido por
cá adoptadas, ao mesmo tempo que se acentua a pressão com que nos humilham e
que fere a nossa dignidade nacional. Nem a Espanha, nem a Itália, nem a Grécia
ou a Irlanda, alguma vez aceitaram este tipo de humilhante relação que nos
envergonha e que os nossos dirigentes aceitam sem pestanejar. As contínuas
pressões de Merkel, Lagarde ou de Barroso são inaceitáveis e são intromissões
intoleráveis na nossa soberania, mesmo que esta esteja diminuida. É preciso
dizer-lhes para se calarem. Que queremos ser respeitados no quadro do projecto
de solidariedade europeia. A nossa história tem altos e baixos, mas poucas
vezes foi tão maltratada. É preciso ser muito claro: o Primeiro-Ministro e o
Presidente da República são os maiores responsáveis pela humilhante situação
por que passamos, ao alinharem na política do bom aluno que aplica uma
austeridade desproporcionada e que, em vez de protegerem os portugueses como é
seu dever em resultado do voto que receberam, têm contribuido para o
empobrecimento do nosso país, para a destruição do tecido económico, para a degradação
da vida social e para a destruição da esperança em dias melhores. Já lá vão 30 meses desde que nos disseram que nada disto nos aconteceria. Vejam o que sucedeu e tomem as devidas consequências. A bem da Nação.
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