Durante muitos
anos, apesar da especial ligação histórica e de amizade entre os seus povos, as
relações entre os governos de Portugal e de Angola foram tensas.
Porém, tudo
parece ter entrado na normalidade das relações Estado a Estado e estão a
viver-se tempos muito esperançosos com o aparecimento de novos protagonistas
políticos que “enterraram o machado de guerra” e que estão a promover a
desejada relação de amizade e de cooperação, que todos reconhecem ser de comum
interesse para os dois países e para os seus povos. Primeiro foi a visita de
António Costa a Angola (Setembro de 2018), a seguir foi a visita de João Lourenço
a Portugal (Novembro de 2018) e, depois, foi a visita de Marcelo Rebelo de
Sousa a Angola (Março de 2019). Agora, quando a ministra da Justiça Francisca
Van-Dúnem se desloca a Angola, essa visita não é mais que uma situação de
rotina, a mostrar que as relações entre Portugal e Angola se estão a
desenvolver com normalidade, na base de uma cooperação harmónica e frutuosa,
como tanto desejam os angolanos e os portugueses. Por isso, a edição de hoje do
Jornal
de Angola destaca essa visita na sua primeira página.
Evidentemente que
é a economia que tende a prevalecer nas relações entre os dois países mas,
tanto em Luanda como em Lisboa, ninguém pode esquecer a importância do reforço dos
laços afectivos que sempre existiram, inclusive no tempo colonial, derivados
das afinidades culturais e do conhecimento mútuo entre os dois países, de uma
história partilhada de bons e de maus episódios e, sobretudo, pela sua língua comum.
O futuro está realmente
a construir-se “com grande articulação e harmonia”, como salientou em Luanda a
ministra Francisca Van-Dúnem.