segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Angela Merkel in Lissabon

A chanceler Angela Merkel veio a Lisboa por algumas horas e a sua presença, enquanto líder da maior potência europeia e terceira potência mundial, é um acontecimento importante, embora essa visita tivesse sido muito contestada, quase dando a ideia que a situação por que passamos tem mais a ver com outros do que com os nossos próprios comportamentos, utopias e deslumbramentos.
Os verdadeiros motivos da visita não foram divulgados e cada um interpreta-os à sua maneira. Para uns poderão ter sido de ordem interna – mostrar ao eleitorado alemão como exerce o poder, como domina as periferias ou como desafia quem a contesta – mas para outros terão sido de ordem externa – mostrar quem manda, transmitir apoio a um aliado ou ajudar um parceiro comunitário. Não me interessam especialmente as motivações da chanceler alemã, nem a vassalagem que publicamente lhe foi prestada pelo nosso primeiro, nem os repetitivos discursos em que ambos afirmaram que não teremos menos juros, nem mais prazos, nem mais dinheiro. Dizem eles que, é duro, mas que tem que ser assim: desemprego, aperto fiscal, falências, emigração jovem, pré-ruptura social, mais pobreza e mais desigualdade.
Porém, no actual estado de debilidade da nossa economia, sem investimento e com elevadíssimo desemprego, não parece haver outro caminho para inverter o nosso ciclo de empobrecimento que não seja o da realpolitik, isto é, uma política externa que assente mais em considerações práticas do que em considerações ideológicas. Nesse sentido, a visita da chanceler e o encontro empresarial luso-alemão que se realizou no CCB podem ser uma janela de oportunidade ou mesmo uma grande varanda de oportunidade para o investimento. Não é costume que isso aconteça, mas pode ser que esta seja a excepção à regra.

Cresce a tensão no navio-escola argentino

O arresto do navio-escola Libertad da Armada Argentina que foi determinado pelas autoridades judiciais do Ghana e está retido desde o dia 2 de Outubro no porto de Tema, na sequência de uma queixa apresentada pelo Fundo NML, continua a preocupar os argentinos. Uma parte da tripulação do navio regressou à Argentina e a bordo ficaram 44 elementos, mas o problema agudiza-se e a situação começa a configurar-se como um drama que se acentua, sem que se vislumbre uma solução. A imprensa argentina tem-se mantido atenta à situação e a edição de hoje do jornal El Dia destaca que “se tensa la situación com la Fragata en Ghana”, cujas autoridades portuárias ameaçam agora com o corte do abastecimento ao navio de água, energia eléctrica e combustível.
Esta ameaça surgiu depois de alguns elementos da tripulação do navio terem impedido pelas armas uma operação de mudança de cais que as autoridades portuárias pretendiam efectuar, para libertar esse cais e evitar algum congestionamento portuário que se está a verificar. Segundo os argentinos, tratava-se de um acto hostil e de uma violação à soberania argentina; segundo as autoridades portuárias, a ameaça da utilização de armas por parte de alguns marinheiros foi desproporcionada, para além de que o cais que o navio-escola argentino tem ocupado desde há quarenta dias, se torna necessário para ser utilizado pelo tráfego comercial e corresponde a uma perda diária de receita de 60 mil dólares. A situação agudiza-se e é nova no contexto do Direito Internacional e, para um país marítimo e com dívida externa, como também acontece com Portugal, não pode deixar de merecer a nossa atenção.

Elvas convive com balões de ar quente

Está a decorrer em Elvas e em outras localidades do norte alentejano até ao dia 18 de Novembro, a 16ª edição do Festival Internacional de Balões de Ar Quente (FIBAQ), que reúne cerca de cinco dezenas de participantes de uma dezena de países, nomeadamente Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Bélgica, Luxemburgo, Holanda e Brasil. Na presente edição está prevista a realização de dois voos diários gratuitos sobre a cidade de Elvas (07:30 e 15:30 horas), estando também programados voos em Alter do Chão (12 de Novembro) e em Fronteira (15 de Novembro).
A monumentalidade de Elvas, cujas fortificações foram recentemente classificadas como Património Mundial pela UNESCO, é um atractivo para os participantes e também para os visitantes que, segundo anuncia a organização, poderão ter a oportunidade, certamente inesquecível, de voar em balão de ar quente.
O festival tem-se realizado ininterruptamente desde 1997 e, nas suas anteriores quinze edições, já contou com a participação de cerca de quinhentas equipas provenientes dos quatro cantos do mundo. O festival é considerado com um dos melhores festivais de balões de ar quente que se realizam na Europa e constitui uma atracção turística para a cidade de Elvas e para o norte alentejano. Nestes dias de sol, o FIBAQ será, certamente, um espectáculo magnífico para todos os que visitem Elvas.