domingo, 10 de novembro de 2019

Lula regressa para lutar pelo Brasil

Depois de 580 dias na prisão e na sequência de uma decisão do Supremo Tribunal Federal brasileiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi libertado da prisão de Curitiba, conforme relata a Folha de S.Paulo.
Embora não conheça os detalhes jurídicos da acusação, do julgamento e da condenação de Lula da Silva, nem as razões que agora ditaram a sua libertação, o caso Lula sempre me despertou interesse, sobretudo porque se trata de um homem cuja presidência, exercida entre 2003 e 2011, prestigiou internacionalmente o Brasil. O seu percurso político e a sua experiência operária e sindical levaram-no à presidência do quinto maior país do mundo (96 vezes maior do que Portugal), desenvolvendo o famoso programa “Fome Zero”, que foi reconhecido pelas Nações Unidas como o mais eficente programa mundial de redução da pobreza, com cerca de 40 milhões de brasileiros a ascenderem a uma nova classe média e com o número de pessoas que passam fome a ser reduzido em 50%. Evidentemente que esta mensagem de sucesso que vingou no exterior, não terá tido o mesmo reconhecimento interno, mas o facto é que os brasileiros se preparavam para levar Lula da Silva de novo à presidência. Porém, as acusações veiculadas e ampliadas pela imprensa, a par dos agentes da Justiça brasileira, travaram a hipótese de Lula da Silva disputar as eleições presidenciais de 2018 e daí resultou a vitória de Jair Bolsonaro, um presidente que não prestigia o seu país.    
À saída da prisão, Lula era esperado por muitos dos seus correligionários e atacou “o lado podre do Estado, da Justiça, do Ministério Público e da Polícia Federal”, prometendo que ia lutar pelo Brasil. Os seus adversários não lhe vão dar tréguas para o devolver à prisão, mas a oposição ao actual regime brasileiro ganhou uma maior coesão e uma poderosa bandeira chamada Luiz Inácio Lula da Silva.