Não temos vontade de conduzir esta Rua dos Navegantes para a área da futebolice, mas o facto é que o futebol
está a dominar a agenda mediática. Certos temas importantes saíram das
manchetes da imprensa e da televisão, assim acontecendo com as guerras da
Ucrânia e do Iémen, a tensão no estreito de Taiwan, as alterações climáticas, a
crise energética, a agitação no Irão, a fome no mundo, a transferência de poderes no Brasil e
muitos outros temas. A tematização mediática é o que é e, agora, é o futebol que
manda!
Ontem a selecção
portuguesa entrou com o pé direito no Mundial do Qatar e venceu a sua congénere
do Gana por 3-2, mas foi uma vitória sofrida, com muitos erros e pouca ambição.
Aqueles jogadores podem fazer melhor e o entusiasmo popular merecia mais. A presença
de Marcelo Rebelo de Sousa nada acrescentou de positivo à exibição portuguesa,
embora as suas declarações sobre direitos humanos, obviamente, tivessem feito
tremer o xeque Tamim bin Hamad bin Khalifa Al
Thani que, com 42 anos de idade, é o emir do Qatar.
Hoje toda a
imprensa portuguesa destaca que, com o golo que ontem marcou ao Gana, o capitão
Cristiano Ronaldo se tornou no único jogador que marcou golos em cinco edições
do Mundial. É um feito notável de um jogador notável, que todo o mundo conhece
e admira, embora já tenha perdido o fulgor atlético de outros anos. Na sua
edição de hoje o jornal espanhol Marca homenageou Cristiano Ronaldo
com uma fotografia em que abraça a bola com que iria marcar o penalti que
transformou em golo de Portugal e, como legenda, escreveu “CR7 hace historia”.
Parabéns ao Cristiano Ronaldo.