Na passada sexta-feira faleceu na sua casa em Lisboa, com 89 anos de
idade, o General Amadeu Garcia dos Santos, um homem com fortes ligações ao
movimento militar do 25 de Abril de 1974, a cujos ideais se manteve sempre
ligado com absoluta coerência. Na operação
libertadora que devolveu aos portugueses a Liberdade, a Democracia e a Paz, o
então tenente-coronel do Exército Portuguès tinha 38 anos de idade e era um dos
mais graduados militares que, com grande coragem e patriotismo, esteve no Posto
de Comando do Movimento das Forças Armadas, instalado num pavilhão do Regimento
de Engenharia Nº 1, na Pontinha. Nessa medida, foi
um dos mais determinantes militares que participaram na Operação Viragem Histórica, como responsável pela concepção e
montagem das transmissões, uma área em que era perito por ser engenheiro, as
quais asseguraram o sucesso das acções militares.Após ter cumprido
essa importante missão “regressou a casa”, mas as suas qualidades de
inteligência e de competência “obrigaram-no” a aceitar os cargos de Chefe da
Casa Militar do Presidente Eanes, de chefe do Estado-Maior do Exército e de presidente
da Junta Autónoma de Estradas, onde o seu desempenho foi muito elogiado pela
sua coerência e frontalidade.
O general Garcia dos Santos foi um dedicado servidor da Democracia e dos ideais do 25 de Abril, que sempre defendeu com firmeza, designadamente como presidente da Assembleia Geral da Associação 25 de Abril, de que era sócio fundador, pelo que o seu nome figura, com toda a justiça, na galeria dos militares que mais se destacaram na preparação e na execução das operações do “dia inicial, inteiro e limpo”, como Sophia de Melo Breyner se referiu ao dia 25 de Abril de 1974.