segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Rafael Nadal é o grande herói da Espanha

Rafael Nadal, o tenista espanhol natural da ilha de Mallorca que tem 34 anos de idade, cometeu ontem a proeza de vencer em Paris pela 13ª vez o famoso Torneio de Roland Garros que, com o Australian Open, o Torneio de Wimbledon e o US Open, constituem os quatros torneios do Grand Slam do ténis internacional. 
Com esta série de 13 vitórias conseguidas desde 2005, o tenista Rafael Nadal igualou o record de 20 vitórias em torneios do Grand Slam que agora passa a repartir com o suiço Roger Féderer que, com 39 anos de idade, ainda está em actividade. Este desempenho de Nadal no mesmo torneio não tem paralelo no mundo do ténis e toda a imprensa espanhola deu a notícia com natural euforia, publicando hoje a fotografia do campeoníssimo de Roland Garros que, de facto, conseguiu um feito desportivo notável. Essa fotografia de Nadal ajoelhado na terra batida de Roland Garros aparece em muitos países, incluindo jornais franceses, alemães, italianos, americanos, brasileiros, argentinos, mexicanos e outros.
O jornal Marca recorda todas as anteriores vitórias de Nadal e homenageia o tenista de Mallorca como o grande herói da Espanha, mas leva a sua euforia longe de mais ao escrever que “eres lo más grande que veremos jamás”. A proeza de Nadal orgulha a sociedade espanhola e porque ele tem manifestado grande apoio à unidade política da Espanha e, discretamente, tem condenado o separatismo catalão, não tardará a que a sua imagem seja aproveitada para reforçar a unidade espanhola e se torne cada vez mais uma bandeira da Espanha.

Os portugueses a brilhar no estrangeiro

Em tempos de recolhimento a que se sujeitam devido à situação pandémica que atravessam, os portugueses tiveram ontem um dia de grande euforia desportiva porque, através da televisão, puderam assistir a notáveis desempenhos de alguns dos seus atletas, pois no Giro de Itália brilharam dois ciclistas portugueses, no circuito de Le Mans destacou-se um motociclista português e no Stade de France, em Paris, tivemos a selecção de futebol a mostrar talento e a empatar com os actuais campeões do mundo. A vitória de Rúben Guerreiro na etapa de ontem do Giro de Itália em alta montanha e a camisola rosa que João Almeida veste há vários dias, são duas das maiores proezas do ciclismo português de sempre. O sexto lugar do motociclista Miguel Oliveira no GP França de MotoGP em Le Mans, que o mantém no nono lugar do Mundial de MotoGP, foi outro relevante acontecimento desportivo. Depois, à noite, os franceses não foram capazes de vingar a derrota que sofreram na final do Europeu de Futebol de 2016. 
O jornal A Bola utiliza a expressão À Campeão para elogiar este comportamento desportivo dos atletas portugueses. Por vezes avaliam-se e comparam-se o Portugal onde vivemos actualmente com o país dos tempos do Estado Novo, da guerra colonial, da intolerância política e do isolamento internacional. Comparam-se a liberdade política, os índices de educação e de saúde, o progresso económico e social, a modernidade cultural e outros indicadores, mas poucas vezes se destaca o enorme salto que os portugueses deram no desporto internacional, quando este se tornou um parâmetro para avaliar o prestígio dos países. Nesse campo o salto que foi dado nos últimos cinquenta anos foi gigantesco e Portugal projectou-se internacionalmente através de atletas como Carlos Lopes, Rosa Mota, Rui Costa, Fernando Pimenta e outros de grande nível internacional, para além de futebolistas como Luís Figo e Cristiano Ronaldo, ou seja, o desporto também fez com que passássemos a ser olhados de outra maneira no exterior. Só temos que aplaudir porque o êxito no desporto envolve muito trabalho e muita persistência.