sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Jair Bolsonaro está a contas com a Justiça

Muitos recordam os acontecimentos ocorridos em Brasília no passado dia 8 de janeiro de 2023, quando milhares de pessoas invadiram e vandalizaram os edifícios monumentais que representam os três poderes da República Federativa do Brasil, respectivamente o Palácio do Planalto (poder executivo), o Congresso Nacional (poder legislativo) e o Supremo Tribunal Federal (poder judicial). Foi um ataque efectuado por uma multidão de bolsonaristas, a fazer lembrar Washington e o assalto dos fanáticos de Donald Trump ao Capitólio, com a mesma contestação aos resultados eleitoriais e o mesmo tipo de rejeição da democracia.
Jair Bolsonaro estava ausente nos Estados Unidos, mas todos acreditaram que era ele que, de facto, estava a dirigir os graves acontecimentos que então ocorreram em Brasília e que configuravam a prática de um golpe de estado. Por isso, a Polícia Federal tem prosseguido, desde então, as suas investigações para apuramento de responsabilidades na organização criminosa de um golpe de estado. Segundo foi já revelado pela investigação e foi divulgado pela imprensa, “foi montada uma organização criminosa, com seis núcleos (desinformação, incitação aos militares, jurídico, operacional, inteligência paralela e núcleo de oficiais de alta patente), para actuar em tentativa de golpe de Estado e manter Jair Bolsonaro no poder”.
A edição de hoje do Correio Braziliense, mas também outros jornais brasileiros, dão conta da organização que “preparou o golpe”, incluindo os nomes dos golpistas e as suas atribuições e o jornal O Estado de S. Paulo escolheu como título de primeira página a frase "investigação aponta conspiração golpista de Bolsonaro e generais".
Nas diligências efectuadas pela Polícia Federal na sede do Partido Liberal, a que pertence Bolsonaro, foi encontrada uma minuta das acções a desenvolver para consumar o golpe, havendo já sólidas provas “que mostram que oficiais de alta patente tiveram participação activa na tentativa antidemocrática”.
Nesse sentido, o ex-presidente Jair Bolsonaro é o principal alvo da Polícia Federal e está proibido de sair do país, tendo o seu passaporte sido apreendido.