Depois das
evidências que a televisão mostrou a respeito das debilidades físicas e
cognitivas de Joe Biden e das pressões que sobre ele foram feitas para desistir
da corrida à Casa Branca, este candidato presidencial dos democratas americanos
tomou ontem a decisão que muitos esperavam. Invocando o bem do seu partido e do
seu país, Joe Biden anunciou a desistência da sua candidatura e o apoio à sua
vice-presidente Kamala Harris, que já aceitou o desafio de se candidatar mas
que, naturalmente, ainda terá que aguardar a ratificação da sua candidatura pela
convenção democrata que se realiza em agosto.
O caso é muito
importante porque Joe Biden é o presidente em exercício e se aproxima a data
das eleições. Por isso, logo que foi anunciada a sua decisão, as televisões
portuguesas encheram-se de comentadores, de muitos comentadores, que trataram
de especular sobre o futuro da corrida eleitoral, sobre o futuro da América e sobre
o futuro do mundo. Numa altura em que os americanos e, sobretudo, as hostes democratas,
ainda não sabem como “descalçar esta bota” surgida a menos de um mês da convenção
democrata, neste canto ocidental da Europa vimos os nossos iluminados comentadores
a mostrar aos americanos os caminhos que devem seguir.
O facto é que neste
contexto de maior incerteza, parece que Donald Trump ganha alguma vantagem, mas
também há quem defenda que a saída de Joe Biden vai levar o eleitorado a optar pela
continuidade. É tudo muito imprevisível e serão os cidadãos americanos a fazer
a escolha presidencial que vai determinar a evolução do mundo nos próximos
quatro anos.