Os deputados que
têm assento no Parlamento alemão aprovaram ontem por 395 votos a favor, 303
votos contra e 6 abstenções, o novo governo chefiado pelo social-democrata Olaf
Scholz, que até agora era o vice-chanceler e ministro das Finanças no governo
de coligação chefiado pela conservadora Angela Merkel.
Dois meses depois
da sua vitória nas eleições legislativas, o Partido Social Democrata (SPD) e o
seu líder Olaf Scholz concretizaram um acordo de coligação com os liberais do
FDP e os Verdes. Depois de 16 anos de poder da CDU e da chanceler Angela
Merkel, o centro-esquerda político alemão regressou ao poder e esse facto é
relevante na cena política europeia, pois terá influência na vida dos europeus
e em muitos dos problemas que estão actualmente em agenda e que a todos
preocupam. Um novo chanceler
na Alemanha é um assunto importante não só para os alemães, mas também para os
europeus e até para o mundo, porque é lá que se fazem os Mercedes, os Audi, os BMW, os
Porsche e os Volkswagen. É lá que estão os comandos da Siemens, da Bosch e da Bayer e de muitas outras grandes empresas.
Entretanto, o
Presidente da República decidiu condecorar Angela Merkel com uma apropriada
condecoração pelo seu contributo para o fortalecimento da União Europeia e pelo
seu apoio a causas humanitárias, ao diálogo e à paz.
A imprensa
mundial publicou a fotografia de Angela Merkel e de Olaf Scholz, como homenagem
a quem sai e como incentivo a quem entra, mas essa fotografia
também mostra o valor do diálogo político e das coligações partidárias para
governar, o que parece ser um exemplo para ser imitado em Portugal, um país onde se adoptam outras regras para gerir o poder.